O juiz Claudio Paris leu os vereditos contra 91 acusados na grande sala de audiências da cidade de Lamezia Terme, no sul da Calábria, onde acontece desde janeiro um grande julgamento contra centenas de supostos membros da 'Ndrangheta e respetivos colaboradores.
Ainda há 355 réus para julgar e o processo deve levar mais de dois anos. As investigações duraram anos e culminaram em operações de busca em dezembro de 2019.
As 91 pessoas condenadas optaram por um julgamento rápido, à porta fechada, o que lhes permitiu, em caso de condenação, ter a pena reduzida em um terço.
A 'Ndrangheta, que atua na região mais pobre da Itália, a Calábria, controla a maior parte da cocaína que chega à Europa. O famoso procurador antimáfia Nicola Gratteri - cujos esforços para derrotar a 'Ndrangheta obrigaram-no a viver sob proteção policial por mais de 30 anos - disse que tudo "correu muito bem" nesta sessão.
"Dos 91 acusados, 70 foram condenados", informou a agência de notícias italiana AdnKronos, assinalando que os absolvidos tinham menos responsabilidades. Alguns dos mais perigosos receberam a pena máxima, de 20 anos, solicitada pelos promotores.
Entre eles estão Domenico Macri, da ala militar do grupo, Pasquale Gallone, o braço direito do suposto chefe da máfia Luigi Mancuso, cujo julgamento ainda está em andamento, e Gregorio Niglia, que teve o papel de adquirir armas e de extorsão.
Cerca de um terço do grupo foi condenado a 10 anos ou mais e 21 pessoas foram absolvidas, segundo Gratteri.
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