"A SIC recebeu hoje uma comunicação do Ministério da Comunicação Social de Angola, segundo a qual não existe qualquer impedimento em que as emissões dos dois canais sejam retomadas, sendo que o Governo e o ministro João Melo vê com agrado o regresso dos dois canais", referiu a estação de Carnaxide durante o Primeiro Jornal.

A decisão de voltar a emitir a SIC Notícias e a SIC Internacional em Angola cabe agora às distribuidoras locais, "dependendo exclusivamente dos acordos e das conversações entre a SIC e as respetivas distribuidoras", adianta.

As emissões dos dois canais da SIC foram interrompidas no ano passado, alguns meses antes das eleições que marcaram o fim da presidência de José Eduardo dos Santos, com a eleição de João Lourenço como Presidente da República.

A SIC Internacional emitia em Angola desde agosto de 2000 e a SIC Notícias desde novembro de 2003.

No início de junho do ano passado, a operadora de televisão por subscrição Multichoice, através da plataforma internacional DStv, deixou de transmitir os canais SIC Notícias e SIC Internacional África em Angola.

Uma decisão que se seguiu à decisão tomada pela Zap, outra das duas operadoras generalistas em Angola, que em 14 de março de 2017 tinha interrompido a difusão dos canais SIC Internacional e SIC Notícias nos mercados de Angola e Moçambique, o que aconteceu depois do canal português ter divulgado reportagens críticas ao regime de Luanda.

A Zap, que iniciou a sua atividade no mercado angolano em abril de 2010, é detida em 30% pela operadora portuguesa NOS, sendo o restante capital detido pela Sociedade de Investimentos e Participações, da empresária angolana Isabel dos Santos, filha do ex-chefe de Estado de Angola.

Em junho do ano passado, antes das eleições presidenciais angolanas, Isabel dos Santos escreveu que a SIC era "muito cara" e que a exclusão dos canais do grupo português Impresa era uma decisão comercial.

"A inconfessável ganância comercial do milionário Pinto Balsemão. Em Angola quer encaixar pela SIC um milhão de euros/ano. A comparar com a BBC 33 mil euros/ano ou a Al Jazeera 66 mil euros/ano", escreveu, na altura, a empresária angolana nas redes sociais, salientando que a exclusão da transmissão daqueles dois canais era "comercial e não política".

As eleições em Angola decorreram em 23 de agosto, sendo que José Eduardo dos Santos, Presidente da República do país desde 1979, já não concorreu neste sufrágio.

[Notícia atualizada às 16:20]