Perto de 60 por cento dos trabalhadores da Empresa e Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) subscreveram um abaixo-assinado, que entregam, na quarta-feira, ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e no qual contestam a pretensão da vereadora da Cultura de concessionar o teatro Maria Matos a privados.

Em solidariedade com os trabalhadores da EGEAC, que reclamam que o teatro Maria Matos se mantenha sob gestão da autarquia, o Cena/STE - Sindicato dos Trabalhadores dos Espetáculos e Músicos vai estar presente na ação e apela ainda a “toda a comunidade artística e cultural que esteja presente” na entrega do documento a Fernando Medina.

A entrega do documento – em que estarão presentes trabalhadores da EGEAC e dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa - está marcada para as 10:30, nos paços do concelho, e é precedida, uma hora antes, de uma tribuna aberta, na praça do Município, segundo o Cena.

Em declarações à agência Lusa, Vítor Reis, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, disse que este processo reivindicativo visa contestar a decisão anunciada pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, de concessionar o teatro Maria Matos.

Para o sindicalista, esta decisão “desvaloriza mais de uma década de investimento da autarquia”, naquela sala municipal, junto à avenida de Roma.

“E desvaloriza também a formação altamente especializada prestada aos trabalhadores que, ao longo dos anos, fizeram deste teatro um equipamento cultural de referência e de excelência”, frisou.

Apesar de não estar em causa qualquer posto de trabalho, o sindicalista sublinhou que os trabalhadores da EGEAC foram “surpreendidos” com esta decisão política da vereadora da Cultura, da qual tomaram conhecimento pela imprensa.

“E nada fazia esperar, já que não constava do programa eleitoral do PS para as últimas autárquicas”, concluiu.

A vereadora da Cultura do município anunciou, em dezembro, um novo projeto de gestão dos teatros da autarquia, com o objetivo resgatar lugares associados à cultura e diversificar a oferta cultural da cidade. Em declarações à Lusa, Catarina Vaz Pinto explicou que o novo plano prevê que apenas o teatro Maria Matos seja gerido por uma entidade externa.

Na segunda-feira, a presidente da 7.ª comissão permanente da Assembleia Municipal de Lisboa, Simonetta Luz Afonso, disse que Catarina Vaz Pinto irá à comissão explicar o projeto de concessão.

“Há uma discussão que deve ser feita e o assunto do Maria Matos ainda não terminou, por isso vamos também ouvir a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto”, acrescentou então Simonetta Luz Afonso.