“A evacuação não terminou e muita gente continua a querer sair”, disse o ministro turco numa conferência de imprensa em Ancara, pouco depois do anúncio pelo exército russo de que as operações que conduzia para retirar os últimos rebeldes e suas famílias de Alepo tinham terminado.
As declarações do ministro turco surgem depois de a Rússia ter anunciado, através de um comunicado do seu centro militar na Síria, que todas as mulheres e crianças foram retiradas do leste de Alepo e que estava em curso uma “varredura final” do exército sírio para expulsar os últimos rebeldes da cidade.
Fonte militar síria disse por seu lado à agência France Presse que a evacuação estava “suspensa, mas não concluída”.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, “7.500 pessoas foram salvas”. Segundo o exército russo, 9.500 pessoas foram retiradas de Alepo, entre as quais 4.500 rebeldes e 337 feridos.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos estimou por seu lado que 8.500 pessoas foram retiradas, 3.000 das quais rebeldes, e os ‘media’ oficiais noticiaram a saída de 8.000 pessoas.
“Alguns queriam ficar em Idleb (noroeste) e são livres de o fazer. Mas terminámos os preparativos para a instalação de campos na nossa fronteira para ajudar os que precisam”, disse Cavusoglu.
Segundo o Crescente Vermelho turco, organizações não-governamentais turcas estão a montar um campo com 10.000 tendas para os deslocados da província de Alepo, perto da fronteira com a Turquia.
A Turquia já recebeu mais de 50 feridos graves, segundo o Crescente Vermelho turco. “O nosso ministro da Saúde está mobilizado para lhes prestar ajuda”, disse o ministro turco.
A evacuação de Alepo integra-se num acordo de cessar-fogo negociado entre a Rússia e a Turquia e que entrou em vigor na quinta-feira, depois de ter fracassado numa primeira tentativa na véspera.
Já hoje a evacuação foi suspensa pelas forças sírias, que acusaram a oposição de não ter respeitado os termos do acordo.
Segundo fonte militar síria, a interrupção foi decidida depois de homens armados abrirem fogo para tentarem fugir com reféns, ou seja, militares sírios ou combatentes de milícias pró-regime.
Segundo o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, cerca de 50.000 pessoas continuam em Alepo leste.
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