Citado pela agência EFE, José Sócrates assegurou que o propósito foi impedir que se apresentasse como candidato a Presidente da República, considerando que o Ministério Público foi instrumentalizado com um “objetivo político”.
O antigo primeiro-ministro recordou que o processo judicial começou há quatro anos, quando “a direita política estava convencida” de que Sócrates se ia candidatar ao Palácio de Belém.
Num encontro com correspondentes estrangeiros em Portugal, que se realizou em Lisboa, o ex-chefe de Governo socialista explicou que aquilo que fizeram foi procurar “uma forma de criminalizar o Governo anterior”, dando início aquilo que classificou como “uma gigantesca investigação a um Governo legítimo da República portuguesa”.
“Não tencionava candidatar-me. Eles, a direita, é o que pensavam”, garantiu, acrescentando que sempre acreditou que o atual secretário-geral da ONU, António Guterres, ia ser o candidato apoiado pelo PS.
Sócrates está indiciado por corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais na ‘Operação Marquês’, processo no qual o ex-primeiro-ministro, detido a 21 de novembro de 2014 e libertado a 16 de outubro último, cumpriu 288 dias de prisão preventiva e 42 de domiciliária.
José Sócrates, 59 anos, foi o primeiro antigo chefe do Governo a ser detido preventivamente em Portugal, indiciado por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
A ‘Operação Marquês’ que conta com mais de duas dezenas de arguidos, incluindo Armando Vara, ex-administrador da CGD, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do antigo primeiro-ministro, Joaquim barroca, empresário do grupo Lena, Ricardo Salgado, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, antigos administradores da PT, e o empresário luso-angolano Hédlder Bataglia, entre outros.
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