Guilherme Oliveira falava aos jornalistas à entrada para o tribunal do Barreiro, onde já foram retomados os trabalhos de inquirição de quatro dos nove arguidos que decidiram prestar declarações

De acordo com o advogado, o grupo terá sido convocado através do WhatsApp, uma aplicação de mensagens para telemóveis, e deslocou-se à academia do Sporting para falar com os jogadores, a exemplo do que será prática comum, não só entre adeptos do Sporting, mas também de outros clubes

Guilherme Oliveira deixou em aberto a possibilidade de alguns elementos do grupo poderem ter ido à academia com outras intenções, mas defendeu que não seria esse o objeto da iniciativa.

Confrontado com o facto de os arguidos se terem apresentado de cara tapada, o advogado defendeu que esse facto só por si não significa que os suspeitos fossem com intenção de agredir alguém, admitindo que alguns deles o poderão ter feito apenas para de proteger a identidade e não serem prejudicados no trabalho.

“A comunicação social é intimidatória e eu se pudesse também preferia estar aqui de cara tapada”, disse Guilherme Oliveira.

Antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na academia de Alcochete, na terça-feira, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.

Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na quarta-feira sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.

O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia-Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se irá manter no cargo.