"Um conjunto de pessoas ou indivíduos que exercem a sua escolha não deveriam nunca viver num estado de medo", declarou a mais alta instância judicial indiana ao encaminhar o tema para um painel de juízes.
Este anúncio era aguardado desde um julgamento histórico do Supremo Tribunal no verão passado sobre o direito à vida privada, que incluiu a orientação sexual, preparando o terreno para uma reconsideração da constitucionalidade do artigo 377 do Código Penal, que data de meados do século XIX, herança da colonização britânica.
O mesmo Supremo Tribunal tinha anulado em 2013 um julgamento do Alto Tribunal de Nova Déli que descriminalizava a homossexualidade. Dois juízes da instituição estimaram então que cabia aos legisladores, e não à justiça, fazer com que a lei sobre este tema evoluísse.
Esta ação é um novo capítulo em várias décadas de combate da comunidade LGTB contra o artigo 377, que proíbe qualquer "relação carnal contra a ordem da natureza".
"Cruzo os dedos. Devido ao julgamento sobre a vida privada, ao projeto de lei sobre os transgéneros, acredito que o ambiente parece ter mudado um pouco. Temos esperanças", declarou Anjali Gopalan, fundadora da ONG Naz Foundation, muito envolvida neste tema.
As ações judiciais por homossexualidade são muito raras na Índia.
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