“Esta decisão de Trump vai avivar as chamas do conflito em todo o mundo, especialmente no Médio Oriente”, afirmaram os talibãs em comunicado, qualificando o anúncio de Donald Trump como “um ato de fanatismo antimuçulmano e um passo imprudente”.

“O Emirado Islâmico do Afeganistão [como se autodenominam os talibãs] apela a todos os muçulmanos e países islâmicos para que declarem a sua solidariedade para com Beit al-Maqdis [Jerusalém em árabe] e apoiem a resistência legal da oprimida nação palestiniana”, diz o mesmo comunicado, citado pela agência de notícias espanhola Efe.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu, na quarta-feira, Jerusalém como capital de Israel, tornando-se no único país do mundo a tomar essa decisão, que representa uma rutura com décadas de neutralidade da diplomacia norte-americana no âmbito do dossiê israelo-palestiniano.

Nesse sentido, ordenou a transferência da embaixada norte-americana de Telavive para Israel, uma posição que desencadeou uma série de críticas da comunidade internacional e fez disparar a tensão na região.

Para os talibãs, essa decisão demonstra que Washington está diretamente implicada em todas as “desgraças que têm irritado os muçulmanos durante décadas”, a usurpação das suas terras, o assassínio do seu povo e a tentativa de destruição dos valores islâmicos.

“Os Estados deixaram completamente a descoberto a sua face colonialista e declararam a sua inimizade ao islão, bem como o apoio à política de ocupação e colonização de terras muçulmanas”, indicaram os rebeldes afegãos.

Além disso, os talibãs instaram o mundo muçulmano à união frente aos ataques contra o islão, afirmando mesmo que “a própria existência dos muçulmanos enfrenta imenso perigo”.

Os talibãs mantêm o conflito aberto no Afeganistão, onde foram conquistando paulatinamente terreno com a retirada de tropas estrangeiras até que Donald Trump anunciou, este ano, uma nova estratégia para a região que implica o aumento de soldados norte-americanos no terreno.