Em comunicado, o governo talibã explicou que os migrantes que regressam ao Afeganistão, principalmente oriundos do Paquistão e Irão, serão colocados em áreas designadas em Cabul, Ghazni, Kandahar e seis outras províncias.
O executivo liderado pelos fundamentalistas, que governa o Afeganistão desde que chegou ao poder em agosto de 2021, revelou que irá formar diferentes comités para gerir as áreas destinadas à redistribuição dos migrantes regressados.
No total, serão destinados mais de 5.600 hectares de terras para o efeito, segundo a mesma fonte.
Os talibãs mobilizaram ainda equipas especializadas nas nove províncias para garantir o êxito da iniciativa de redistribuição.
O número de afegãos deslocados no Irão superava, em 2023, os três milhões, sendo que destes, pelo menos dois milhões tinham visto de residência, de acordo com os talibãs.
As autoridades de Teerão, capital iraniana, afirmam que o número de afegãos deslocados ascende a cinco milhões, sendo que muitos chegaram ao território depois da chegada dos talibãs ao poder em 2021.
No caso do Paquistão, estima-se que 600 mil afegãos se tenham deslocado para o país depois dos fundamentalistas tomarem o controlo de Cabul.
No entanto, mais de quatro milhões de afegãos, 1,7 milhões dos quais sem documentação, já se tinham deslocado para o Paquistão aquando da invasão soviética do Afeganistão em 1979.
O Paquistão acusou os migrantes afegãos de participarem em redes de tráfico e outros crimes, apesar de as autoridades afegãs defenderem que os problemas de segurança do país vizinho são internos.
O Afeganistão e o Paquistão partilham uma fronteira terrestre que se estende por 2.600 quilómetros de longitude, designada Linha Durand.
A situação entre os dois países continua tensa após vários ataques transfronteiriços no final de dezembro, que começaram depois de Islamabad ter bombardeado vários campos de insurgentes em território afegão, ao que os talibãs responderam com ataques nas zonas fronteiriças paquistanesas.
Em 1 de janeiro terminou o prazo para os cidadãos afegãos que vivem na capital paquistanesa residirem na cidade sem um certificado especial emitido pelas autoridades locais.
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