“Para o PAN, a opção anunciada pelo Governo de uma eventual nacionalização da TAP não seria a opção ideal, mas sim um empréstimo condicionado, em que fossem verificadas as condições da própria gestão e injeção de capital de forma responsável, partindo obviamente por uma reestruturação do ponto de vista da gestão empresarial e que estivesse aqui condicionada a alguns aspetos”, afirmou num vídeo enviado à comunicação social.
Inês Sousa Real destacou ser “fundamental pugnar por esta reestruturação e não se entrar por uma caminho que vai acabar por beneficiar à mesma os gestores da TAP, porque terão de ser ressarcidos do ponto de vista do capital investido na empresa, quer seja por via do processo da nacionalização, quer fosse por via do empréstimo ou da injeção de capital”.
Isto “tendo em conta a situação em que se encontra, do ponto de vista financeiro, a empresa”, acrescentou, indicando que o PAN está preocupado “com o equilíbrio financeiro” da TAP, que “está numa situação praticamente de falência técnica”.
A deputada defendeu que a reestruturação da TAP deveria estar “associada aquilo que são compromissos ambientais, nomeadamente a redução da pegada carbónica”, e “respeitando também os compromissos laborais assumidos com os trabalhadores, nomeadamente não havendo despedimentos e com a manutenção dos respetivos contratos de trabalho”.
“Todo este processo deve ser procedido de um estudo sério sobre aquilo que possa ser o controlo ou a intervenção do Estado na empresa, e não ser um processo que seja, de alguma forma, feito atabalhoadamente e que ponha em causa aquilo que é a gestão e os interesses públicos neste contexto”, vincou também Inês Sousa Real.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse hoje que se os privados não aceitarem as condições do Estado para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros, a TAP terá de ser nacionalizada.
"Se o privado não aceitar as condições do Estado português, nós teremos de intervencionar a empresa, nacionalizar a empresa, sim, ou quer que nós deixemos a empresa cair?", respondeu o ministro, perante os deputados da comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República.
Na mesma audição, o governante já tinha dito que a proposta do Estado com as condições para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros à TAP foi chumbada [na segunda-feira] pelo Conselho de Administração, e admitiu "uma intervenção mais assertiva na empresa".
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