"O ministro do Ambiente está a atirar-nos areia para os olhos, os táxis nunca pediram modernização, temos carros com equipamentos sofisticados e faturação certificada, tudo pago por nós", disse à Lusa Romão Alves, delegado regional de Faro da Federação Portuguesa do Táxi.
João Pedro Matos Fernandes manifestou hoje disponibilidade para discutir a modernização do setor, mas reiterou que "nenhuma classe profissional" tem poder para inibir uma lei da República, como a que regula as plataformas eletrónicas de transporte.
Romão Alves sublinhou que os taxistas "não querem modernização", mas sim que a lei estabeleça "equidade" entre o setor e as plataformas e que possam ser os municípios a assumir integralmente a definição dos contingentes, uma vez que "a mobilidade é uma questão que também preocupa as autarquias".
Hoje é o sétimo dia em os taxistas mantêm protestos em Lisboa, Porto e Faro, com centenas de carros parados contra a lei que regula a Uber, Cabify e outras plataformas eletrónicas que, considerou João Pedro Matos Fernandes, são "uma atividade económica banal" e não tem vantagens de que desfrutam os táxis.
De acordo com o ministro do Ambiente, a lei que regula as plataformas foi "aprovada por larguíssima maioria e andou dois anos a ser trabalhada", mas os taxistas só pediram uma reunião quando a lei já estava no parlamento e "não se discute com o Governo uma lei que está na Assembleia da República".
No Algarve, os taxistas mantêm-se firmes junto ao aeroporto de Faro e ponderam juntar-se, em conjunto com os profissionais do Porto, ao protesto em Lisboa, na quarta-feira, na Assembleia das República.
Desde quarta-feira que um grupo de cerca de 200 taxistas se mantém junto aos carros, que ocupam duas faixas de rodagem da Estrada Nacional 125/10, perto da rotunda de acesso ao aeroporto de Faro.
Na segunda-feira, as associações que representam os taxistas foram recebidas por um assessor de António Costa, mas para o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, o encontro foi “uma manobra de diversão”.
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