"O senhor comandante apresentou o seu pedido de demissão, reconheceu que não tinha condições para se manter no lugar, justificou o seu ato de ausência por questões de ordem familiar", afirmou João Ataíde, em declarações aos jornalistas à margem da visita da ministra do Mar ao porto de pesca da Figueira da Foz.

Não especificando a quem se referia, o presidente da Câmara apontou uma quebra de confiança institucional como justificação para o pedido de demissão: "Todavia, há uma cadeia de comando, há uma relação institucional que se diluiu", argumentou o autarca.

Fonte da autarquia esclareceu hoje que Nuno Osório pediu a cessação de funções na terça-feira "ao fim do dia" e que, para além de sair de comandante da corporação profissional, também cessa funções como coordenador operacional municipal da Proteção Civil.

O caso da ausência do comandante durante a madrugada de domingo para "ir descansar", segundo o próprio, levou a um pedido de "demissão imediata" formulado por Lídio Lopes, antigo coordenador da Proteção Civil municipal, que acusou Nuno Osório de abandonar as operações de socorro durante a tempestade Leslie sem a comunicar a quem o iria substituir na função de comandante das operações de socorro.

O substituto seria o comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, João Moreira, por ser o bombeiro mais graduado na ausência do comandante da corporação profissional.

João Moreira garantiu, na altura, que não teve "comunicação ou aviso prévio" da ausência de Nuno Osório e não assumiu, por isso, as funções, ficando a Figueira da Foz "oficialmente sem comandante de operações de socorro" (responsável por todos os bombeiros no terreno), durante várias horas, até ao início da manhã de domingo.

Na mesma altura, o comandante operacional distrital [CODIS] de Coimbra da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Carlos Luís Tavares, que na noite de sábado, em plena crise da tempestade Leslie, enviou para a Figueira da Foz meios de reforço de Aveiro e da Força Especial de Bombeiros, disse desconhecer que Nuno Osório tivesse abandonado as funções e que este deveria ter comunicado a ausência "e não o fez".

Citado no comunicado hoje divulgado pela autarquia, Nuno Osório argumenta "que nunca esteve em causa o comando e o controlo da operação", e que a sua ausência "por um período de três horas, por motivos familiares e de premência de um mínimo de descanso para manutenção das condições físicas e psicológicas necessárias indispensáveis à tomada de decisões nas horas seguintes, foi devidamente preparada e acautelada".

Com a demissão de Nuno Osório, as funções de comando "serão interinamente asseguradas" pelo 2.º comandante dos Bombeiros Municipais, Jorge Piedade, e pelo adjunto de comando, Carlos Pinto, referiu a autarquia.

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