A tempestade, que se formou no leste da ilha principal de Madagáscar, desencadeou fortes chuvas que provocaram inundações e deslizamentos de terras na capital, Antananarivo.
De acordo com um relatório elaborado hoje pela agência de gestão de catástrofes naturais, 39 pessoas morreram naquele país e cerca de 65.000 ficaram sem casa, desde o final da semana passada.
Depois de atravessar o oceano Índico, as fortes chuvas da tempestade Ana atingiram o norte e o centro de Moçambique, país onde provocou hoje a morte de duas pessoas na província de Manica, no centro, elevando para quatro o total de óbitos, anunciaram as autoridades moçambicanas num balanço preliminar.
Uma das vítimas morreu após o desabamento de uma das paredes da sua casa, durante a madrugada de hoje, referiu Borges Viagem, porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), sem avançar as causas da morte da segunda vítima.
Segundo as autoridades, pelo menos 40 famílias foram afetadas pelo vento e chuva forte naquela zona havendo também dezenas de casas destruídas, na sua maioria de construção precária, avançou o porta-voz.
Na segunda-feira, a tempestade causou pelo menos duas mortes, quando mãe e filha foram arrastadas pela subida das águas do rio Licungo em Mocuba, Zambézia, também no centro de Moçambique.
No total, a tempestade já causou quatro mortes, 66 feridos, afetou 771 famílias, o correspondente a 3.870 pessoas, destruiu total e parcialmente 661 casas, 16 salas de aula e uma unidade hospitalar, segundo um balanço do INGD enviado à Lusa.
A tempestade afeta sobretudo as “populações altamente vulneráveis que já sofreram, recentemente, com desastres naturais e conflitos no norte de Moçambique”, advertiu o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
O Governo moçambicano e as agências da ONU estimam que 500.000 pessoas sejam afetadas pela tempestade Ana nas províncias de Nampula, Zambézia e Sofala.
No vizinho Malaui, já morreram quatro pessoas. A tempestade mergulhou a maior parte do país na escuridão, na segunda-feira. As cheias repentinas forçaram as empresas de eletricidade a desligar os seus geradores.
“O nível da água é demasiado alto para continuar a funcionar, é demasiado arriscado”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o porta-voz da Companhia de Geração de Electricidade Moses Gwaza.
Hoje, a empresa disse ter começado a retomar o funcionamento da produção de eletricidade no Malaui.
O Instituto Meteorológico de Moçambique prevê quatro a seis ciclones na região durante a estação chuvosa, que termina no final de março.
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