Joaquim Pinho Duarte preside à nova instituição, assume-se como ex-alcoólico abstinente há 11 anos e explica que a missão da nova A4 - Associação de Apoio a Alcoólicos de Arouca é "ajudar pessoas que bebem mais do que deviam e evitar que elas cheguem ao ponto de ficarem totalmente descontroladas, com todas as situações más que isso implica".

O exemplo mais recente na memória desse responsável é a morte de um alcoólico local que, embora já acompanhado por este grupo de apoio, se terá suicidado sob o efeito da bebida.

"Parecia estar tudo bem, mas um dia ele ficou sozinho umas horas e isso foi suficiente para fazer uma asneira", conta o presidente da A4 à Lusa, que também foi bombeiro 30 anos.

Segundo fonte da Câmara Municipal de Arouca, nesse concelho são 57 os cidadãos atualmente sinalizados como afetados por problemas de alcoolismo.

As iniciativas mais recentes destinadas a combater localmente esse problema surgiram em 2013, por iniciativa da ADRIMAG - Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Serras do Montemuro, Arada e Gralheira, e esse acompanhamento tornou-se mais consolidado em 2015, quando os 57 cidadãos sinalizados pela Rede Social passaram a participar em consultas terapêuticas regulares e a partilhar experiências em encontros coletivos quinzenais.

"Em Arouca há muita gente que tem vinhas em casa, nos seus terrenos, e o problema começa aí, com o acesso fácil ao álcool", avalia Joaquim Pinho Duarte.

E acrescentou: "nem toda a gente quer vir às consultas, mas tanto temos sinalizadas pessoas com mais de 60 anos como algumas que ainda não chegaram aos 20".

O acompanhamento da A4 passa assim por prevenção, apoio psicológico e até internamento médico no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, com a autarquia a assegurar o transporte dos doentes até centros de atendimento a toxicodependentes em Santa Maria da Feira, Matosinhos e Coimbra.

Para fecho de todo o processo, a nova estrutura de Arouca também prevê medidas destinadas a assegurar a inserção socioprofissional dos alcoólicos que acompanha, nomeadamente através do projeto-piloto (Re)Colher que, além da A4, a câmara municipal e a ADRIMAG, envolve ainda a AGA - Associação do Geoparque de Arouca.

O objetivo é facilitar que os participantes abstinentes encontrem uma ocupação profissional adequada, nomeadamente no contexto da atividade agrícola. Isso contribuirá para assegurar a sua subsistência económica, com a vantagem adicional de lhes "minimizar as probabilidades de recaída".

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