Na primeira sessão de julgamento, que decorre à porta fechada por exclusão de publicidade, o arguido confessou todos os crimes, disse à agência Lusa o advogado de defesa, Rui da Silva Leal.
"O meu cliente fez uma confissão. Disse que o que constava na acusação é tudo verdade", afirmou o causídico, defendendo que, do seu ponto de vista, o arguido tem imputabilidade diminuída "a carecer de tratamento psiquiátrico, psicológico, sério".
Na mesma sessão foi ainda ouvido o psiquiatra que tem vindo a acompanhar o arguido há cerca de dez meses.
O treinador de futebol foi detido em maio de 2016, na sequência de uma denúncia dos pais de uma das vítimas.
Na altura do interrogatório, o suspeito confessou os factos e mostrou-se arrependido.
O Ministério Público acredita, no entanto, que haverá mais vítimas, tendo determinado a extração de uma certidão para prosseguimento da investigação em separado.
De acordo com a investigação, o suspeito criava perfis falsos na rede social Facebook, fazendo-se passar por uma rapariga, para convencer os jovens a filmarem-se ou a fotografarem-se e a, depois, enviar-lhe esses ficheiros.
O próprio arguido também terá exibido aos menores imagens de cariz sexual e pornográfico.
Nas perícias realizadas ao computador do suspeito foram encontradas centenas de ficheiros de pornografia de menores.
O arguido chegou a estar em prisão domiciliária, com vigilância eletrónica, mas há duas semanas o Tribunal da Relação do Porto substituiu esta medida de coação pela proibição de se ausentar do concelho de Aveiro, onde está a residir.
No acórdão, os juízes desembargadores referem que o arguido tem cumprido os tratamentos médicos que lhe foram impostos como medida de coação, e revela melhorias, com base num relatório do psiquiatra que o tem acompanhado.
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