“A cidade está a ser capturada” aos ucranianos, disse Pushilin à televisão russa, segundo a agência espanhola EFE.

Pushilin referiu que as tropas russas estavam também a tentar “cortar as linhas de abastecimento do inimigo”, numa clara tentativa de cercar a cidade, que tinha cerca de 20.000 habitantes antes do início dos combates.

“É muito importante libertar a cidade, porque assim que Kurakhov for libertada, assim que as forças russas avançarem, o inimigo não terá qualquer possibilidade física de chegar à cidade de Donetsk com a sua artilharia”, afirmou.

Acrescentou que também são lançados ‘drones’ a partir da zona de Kurakhov, causando vítimas entre a população civil do Donbass controlado pela Rússia.

De acordo com ‘bloggers’ russos e ucranianos, unidades russas entraram na parte oriental e nordeste da cidade, o que foi confirmado pela plataforma de análise de guerra “DeepState”.

A imprensa internacional calcula que menos de mil civis permanecem em Kurakhov, a maioria em caves sem água, aquecimento ou eletricidade.

O próprio Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já reconheceu as dificuldades em defender a cidade.

Nos últimos dias, segundo o Estado-Maior do exército ucraniano, os russos lançaram dezenas de ataques na direção de Kurakhov e também de Pokrovsk (60.000 habitantes), o principal alvo da atual ofensiva de Moscovo.

“Vemos as nossas unidades a avançar em praticamente todos os setores da frente”, afirmou Pushilin.

O Ministério da Defesa russo comunicou hoje a tomada da pequena cidade de Kolisnikivka, situada a uma curta distância da cidade de Kupiansk, na região nordeste de Kharkiv.

A situação na linha da frente “continua complicada e mostra sinais de escalada”, disse o comandante-chefe do exército ucraniano, Oleksander Sirski, no sábado, numa conversa com o comandante das Forças Armadas norte-americanas na Europa, general Christopher Cavoli.

De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra, apesar de a Rússia ter capturado 1.500 quilómetros quadrados de território ucraniano nos últimos dois meses, não pode sustentar indefinidamente as pesadas perdas em tropas e equipamento.

O exército russo perdeu quase 80.000 soldados entre mortos e feridos em setembro e outubro, de acordo com estimativas de Kiev.

Segundo o New York Times, que cita fontes ucranianas e norte-americanas, a Rússia está a reunir até 50.000 soldados, incluindo norte-coreanos, para libertar a região de Kursk, parcialmente controlada pelas forças ucranianas nos últimos três meses.

A guerra em curso foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.