“O financiamento até janeiro está assegurado. Agora vamos trabalhar no instrumento que estava proposto criar-se para assegurar previsibilidade e estabilidade”, disse António Costa, em conferência de imprensa, no final de uma reunião de dois dias do Conselho Europeu, em Bruxelas.

O Conselho Europeu falhou a unanimidade sobre os cerca de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia, discutidos no âmbito da revisão do quadro financeiro plurianual da UE, por causa da Hungria.

“Ficou muito claro que, havendo um acordo a 26, o apoio não está em causa […], a Ucrânia não deixará de ser apoiada”, insistiu o primeiro-ministro.

António Costa advogou que, pelo menos, Budapeste não bloqueou a “decisão mais importante”, nomeadamente a abertura das negociações com a Ucrânia para adesão à EU: “Acho que foi muito importante a Hungria não ter bloqueado”.

“Naturalmente, há momentos em que cada um dos Estados-membros têm os seus interesses próprios”, constatou o primeiro-ministro, que enalteceu a decisão de Viktor Orbán de ir “tomar um café” enquanto os outros 26 líderes decidiam sobre o alargamento.

O Conselho Europeu decidiu na quinta-feira abrir as negociações formais de adesão à União Europeia (UE) com a Ucrânia e a Moldova, anunciou o presidente da instituição, falando num “sinal claro de esperança” para estes países.

“O Conselho Europeu decidiu abrir negociações de adesão com a Ucrânia e a Moldova”, anunciou Charles Michel, numa publicação na rede social X (antigo Twitter), após horas de discussões entre os chefes de Governo e de Estado da UE, reunidos entre quinta-feira e hoje em cimeira europeia, em Bruxelas, um encontro marcado pelas ameaças húngaras de veto a decisões como a agora conhecida.

Para o presidente do Conselho Europeu, foi “um sinal claro de esperança para os cidadãos destes países e para o continente” europeu.

A porta-voz de Charles Michel precisou depois à imprensa em Bruxelas que “o Conselho Europeu tomou uma decisão e ninguém a contestou”, isto depois de a Hungria ter vindo a ameaçar vetar a decisão de abertura de negociações formais com a Ucrânia por preocupações relacionadas com a corrupção no país.

Na publicação na rede social X, o presidente do Conselho Europeu indicou que os chefes de Governo e de Estado da UE decidiram também “conceder o estatuto de candidato à Geórgia”.

“A UE abrirá negociações com a Bósnia-Herzegovina assim que for atingido o grau necessário de cumprimento dos critérios de adesão e convidou a Comissão [Europeia] a apresentar um relatório até março com vista à tomada dessa decisão”, adiantou Charles Michel.

(Notícia atualizada às 15h53)