“A ambiguidade estratégica sobre a perspetiva europeia da Ucrânia praticada por algumas capitais da União Europeia [UE] nos últimos anos é uma falha e deve acabar”, disse Dmytro Kuleba, numa mensagem publicada na rede social Twitter, referindo que “esse tratamento de segunda prejudica os ucranianos”.

Olaf Scholz afirmou-se hoje contra o encurtamento do processo de adesão à UE da Ucrânia, explicando que não haver atalhos “é um imperativo de justiça para os seis países dos Balcãs ocidentais”, que há muito desejam aderir ao bloco europeu.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, “tem razão em salientar que o processo de adesão não é uma questão de alguns meses ou de alguns anos”, acrescentou, num discurso feito no parlamento alemão.

No seu discurso do Dia da Europa, em 9 de maio, Macron sublinhou que a Ucrânia, invadida pela Rússia, já é “membro de coração da nossa união”.

Mas o processo de adesão à UE, a que aspira Kiev, “irá demorar vários anos, ou melhor, várias décadas”, referiu o Presidente francês, propondo, ao mesmo tempo, a criação de uma “nova organização europeia”.

Um ponto de vista que surpreendeu Kiev, tendo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lembrado na quarta-feira passada que a Ucrânia “não pode ser mantida à distância”.

“É como uma mesa onde toda a família está reunida e se convida alguém, mas não se põe mais uma cadeira. Acho injusto”, disse.

“É muito importante para nós reservar este lugar [na UE] para a Ucrânia”, acrescentou Kuleba.

A questão da adesão da Ucrânia à União Europeia tem sido um tema central na política de Bruxelas face à invasão russa, mas os métodos e o processo de entrada do país ao bloco europeu não tem sido consensual entre os Estados-membros.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 84.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas — cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,1 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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