Segundo o The Guardian, a polícia disse que os soldados russos tomaram conta do centro de detenção juvenil em meados de março, que de seguida foi transformado numa "sala de tortura", uma prisão para homens que se recusaram a colaborar com Moscovo ou que foram acusados de atividade partidária.

De acordo com vizinhos e comerciantes locais, ouviram-se gritos cerca de seis semanas depois de terem visto soldados russos tomarem o edifício. As testemunhas disseram ainda que começaram a ver pessoas a serem acolhidas com sacos na cabeça e, posteriormente, alguns corpos a serem retirados do local.

Mykola Ivanovych, um dos moradores com vista para o quintal do centro de detenção, disse ter visto dois corpos atirados para as garagens atrás do centro. Jornalistas do The Guardian estavam com as autoridades quando entraram pela primeira vez no espaço, que estava vazio.

Quantos aos responsáveis pelo centro, as testemunhas referiram que nunca viram lhes viram os rostos, já que usavam balaclavas. Habitualmente estavam vestidos de preto da cabeça aos pés.

Um dos homens que passou pelo sala de tortura, Vitaliy Serdiuk, afirma ter sido espancado durante quatro dias. O motivo? O seu filho estava no exército ucraniano.

Zhenia Dremo foi outra das vítimas. Seguiu para o centro de detenção depois de, num posto de controlo, não ter cigarros para dar aos soldados.

"Eles só me bateram um pouco, tive sorte. Mas os meus companheiros de cela foram fortemente espancados", recorda.

Dremo disse ao jornal britânico que só viu as pessoas na sua cela, cerca de oito que mudavam regularmente. Mas refere que se falava num total de 23 celas no total, incluindo pelo menos duas femininas, pelo que cerca de 180 pessoas poderiam ter sido mantidas no local.