“Nesta fase, não assistimos a qualquer desescalada no terreno. Pelo contrário, parece que a Rússia continua a reforçar a sua presença militar”, disse Jens Stoltenberg no início de uma reunião com os ministros da Defesa da Aliança em Bruxelas.
“A Rússia ainda pode invadir a Ucrânia sem aviso prévio, as capacidades estão no lugar” com mais de 100.000 soldados, acrescentou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), citado pela agência francesa AFP.
A Rússia anunciou hoje, e na terça-feira, o regresso aos quartéis de algumas das suas tropas que destacou para perto das fronteiras com a Ucrânia nos últimos meses.
Algumas dessas unidades estavam na península ucraniana da Crimeia, que a Rússia invadiu e anexou em 2014.
A televisão russa mostrou hoje imagens noturnas de um comboio que transportava blindados através da ponte sobre o Estreito de Kertsch, construído pela Rússia para ligar a Crimeia ao seu território.
À entrada da reunião da NATO, o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, também se referiu à falta de provas da retirada de forças e disse que o Reino Unido irá julgar a Rússia pelas ações e não pelas palavras. Wallace disse que se mantém a possibilidade de um ataque.
“De facto, assistimos a uma acumulação contínua de coisas como hospitais de campo e sistemas de armas estratégicas”, disse.
“Até vermos uma verdadeira desescalada, penso que todos devemos ser cautelosos sobre a direção que o Kremlin [Presidência russa] está a tomar”, acrescentou.
A reunião dos ministros da Defesa da NATO realiza-se hoje e quinta-feira, em Bruxelas. Portugal está representado pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.
O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas nas fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas exige garantias para a sua segurança, incluindo uma promessa de que a Ucrânia nunca será membro da NATO.
Esta exigência foi rejeitada pelo Ocidente, que propôs em troca conversações com Moscovo sobre outros assuntos de segurança, como o controlo de armas ou visitas recíprocas a infraestruturas sensíveis.
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