“Durante oito anos a Ucrânia foi um escudo. Por oito anos, a Ucrânia travou um dos maiores exércitos do mundo, que está concentrado junto às nossas fronteiras e não nas da União Europeia”, afirmou Zelenski a partir de Munique, Alemanha, onde decorre uma conferência internacional sobre segurança.

Na mesma ocasião, o presidente ucraniano já tinha pedido um calendário claro para uma possível adesão à NATO e uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas face à escalada de tensão militar com a Rússia.

Volodímir Zelenski pediu ainda aos países ocidentais para acabarem com o que chamou “política de apaziguamento” da Rússia, com cujo Presidente, Vladimir Putin, propôs um encontro.

O Presidente ucraniano garantiu que o seu país está consciente do que se passa, de que a ameaça de guerra é real e que está disposto a defender-se, mas sem responder a “provocações, o que faria o perigo ser muito maior”.

Hoje, Putin supervisionou pessoalmente os “exercícios estratégicos”, com o disparo de mísseis hipersónicos, que envolveram bombardeiros e submarinos Tu-95.

O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.

Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.

Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.

Os líderes dos separatistas pró-russos de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, decretaram hoje a mobilização geral para fazer face a este aumento da violência.

Os observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) informaram na sexta-feira que as violações do cessar-fogo na região registaram um “aumento significativo”, com mais de 800 violações só na sexta-feira, mais do triplo da média do último mês.

Aquele mesmo órgão registou, nas últimas 24 horas, mais de 1.500 violações das tréguas que é suposto estarem em vigor na linha da frente na Ucrânia oriental, número que constitui um recorde.