“Durante uma conversa com o primeiro-ministro [britânico], Rishi Sunak, agradeci-lhe por ter tomada decisões que não apenas nos apoiam no campo de batalha, como enviam um sinal positivo aos nossos parceiros”, declarou o Presidente ucraniano, na rede social Twitter.
O telefonema entre Zelensky e Sunak aconteceu hoje, tendo o primeiro-ministro britânico transmitido a decisão de “intensificar o apoio britânico à Ucrânia, incluindo através do envio de tanques Challenger 2 e sistemas de artilharia adicionais”.
Com o envio dos Challenger 2, o Reino Unido torna-se na primeira potência ocidental a enviar tanques de primeira linha para Kiev, que tem multiplicado os pedidos de apoio em material e equipamento militares. Isto apesar dos receios, no seio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), de que esta decisão possa ser considerada pela Rússia como uma escalada da guerra.
Desde o início da ofensiva russa contra a Ucrânia que o Reino Unido está na vanguarda dos países europeus como principal fornecedor de ajuda financeira e militar ao Governo ucraniano.
Na conversa, Sunak e Zelensky concordaram com a “necessidade de aproveitar este momento” de “sucessivas vitórias ucranianas que obrigaram as tropas russas a recuarem” e acompanhá-lo de “uma aceleração do apoio global militar e diplomático à Ucrânia”.
No mesmo telefonema, Zelensky e Sunak saudaram outros compromissos internacionais no sentido de reforçar o apoio militar às tropas ucranianas, nomeadamente a oferta da Polónia de enviar uma companhia de tanques Leopard.
Oficialmente, Londres não detalhou o número exato de tanques que serão enviados, mas fontes do Governo citadas pelo jornal tabloide The Sun referiram a intenção de enviar pelo menos quatro tanques “de imediato” e “mais oito num futuro próximo”.
O porta-voz de Downing Street comunicou que o executivo britânico vai trabalhar “intensamente com os parceiros internacionais para entregar rapidamente o tipo de ajuda que permitirá à Ucrânia tomar vantagem, ganhar a guerra e garantir uma paz segura e duradoura”.
A ofensiva militar lançada pela Rússia contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 causou, até agora, a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
As Nações Unidas consideram confirmados 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e sanções políticas e económicas a Moscovo.
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