Numa declaração em nome da UE, o chefe diplomático da União, Josep Borrell, também condenou “a decisão das autoridades iranianas de restringir drasticamente o acesso à internet e de bloquear as plataformas de mensagens instantâneas”, o que “constitui uma violação flagrante da liberdade de expressão”.
“A União Europeia continuará a examinar todas as opções à sua disposição, antes do próximo Conselho (de ministros dos Negócios Estrangeiros), à luz da morte de Mahsa Amini e da forma como as forças de segurança iranianas responderam às manifestações que se seguiram”, advertiu Borrell, sem especificar.
Os protestos começaram em 16 de setembro, no dia em que Mahsa Amini, que foi presa em 13 de setembro em Teerão por “usar vestuário inadequado” na República Islâmica, onde o código de vestuário para as mulheres é rigoroso, morreu.
“Esperamos que o Irão acabe imediatamente com a repressão violenta dos protestos e permita o acesso à Internet e o livre fluxo de informação”, acrescentou o responsável máximo da UE pela política externa.
Também apelou a Teerão para “esclarecer o número de mortos e pessoas presas, para libertar todos os manifestantes não-violentos”.
“A morte de Mahsa Amini deve ser devidamente investigada e quaisquer perpetradores comprovados devem ser responsabilizados”, disse, tomando “nota a este respeito da declaração do Presidente iraniano”, Ebrahim Raissi.
De acordo com o balanço oficial, 41 pessoas morreram em nove dias de protestos. O número poderá ser mais elevado, tendo a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo, reportado pelo menos 54 manifestantes mortos.
Mahsa Amini, 22 anos, foi detida pela chamada “polícia de moralidade” de Teerão, capital do Irão, onde se encontrava de visita, por alegadamente trazer o véu de forma incorreta e transferida para uma esquadra com o objetivo de assistir a “uma hora de reeducação”.
A jovem acabou por entrar em coma e morrer dias depois no hospital.
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