São filhos de imigrantes turcos na Alemanha e conheceram-se enquanto trabalhavam no hospital da Universidade do Sarre, em Homburg. Ugur Sahin, 55 anos, e Özlem Türeci, 53 anos, fundaram a startup de biotecnologia responsável pelo desenvolvimento, em conjunto com a Pfizer, da vacina BNT162b.

Sahin nasceu em İskenderun, na Turquia, mas mudou-se para Colónia quando tinha quatro anos. Estudou medicina na Universidade de Colónia e, com um doutoramento, especializou-se em oncologia e imunologia. Agora é o diretor executivo da BioNtech, empresa sediada em Mainz, na Alemanha, e está entre os 100 alemães mais ricos, juntamente com Özlem Türeci.

Türeci, filha de um médico turco que tinha migrado para a Alemanha, nasceu no estado da Baixa Saxónia, estudou medicina e é professora na Universidade Johannes Gutenberg, em Mainz, e diretora clínica na BioNtech.

Antes de criarem a BioNtech, o casal já tinha fundado, em 2001, a Ganymed Pharmaceuticals, que desenvolvia novos tipos de imunoterapia contra o cancro de esófago. Em 2016, Ganymed Pharmaceuticals, a empresa foi vendida à japonesa Astellas Pharma por 1,4 mil milhões de dólares (cerca de 1,19 mil milhões de euros).

Foi ainda nesta empresa que deram início à investigação relativamente à possibilidade de utilizarem um código genético modificado para induzir um corpo a lutar contra o cancro. Em janeiro deste ano, depois de ter lido um artigo na revista médica The Lancet sobre o novo coronavírus, Uğur terá percebido que a tecnologia desenvolvida pela sua empresa – mRNA – poderia ter um papel importante, e que dos medicamentos anticancerígenos de mRNA até uma vacina de mRNA poderia ser um pequeno passo.

Assim, a BioNTech colocou cerca de 500 funcionários a trabalhar em vários compostos genéticos possíveis e, em março, estabeleceu uma parceria com a farmacêutica Pfizer e a chinesa Fosun.

Segundo o New York Times, a BioNTech e a Pfizer estavam a trabalhar em conjunto numa vacina contra a gripe desde 2018, e assim, em março deste ano, concordaram em colaborar numa vacina contra o coronavírus.

Na vacina desenvolvida em parceria com a Pfizer, a molécula genética chamada mRNA – RNA mensageiro – contém código genético do SARS-CoV-2, que permite desencadear uma resposta imunitária contra o vírus.

Desde o anuncio da vacina, as ações da empresa subiram 23,4% de acordo com o Guardian, o valor total da farmacêutica na bolsa é de 21,9 mil milhões de dólares, uma avaliação mais de quatro vezes superior ao valor da companhia área nacional alemã Lufthansa.