"É um centro que se pretende que tenha uma dimensão europeia e onde possam estar todos os bens classificados na área do Património Cultural Imaterial", revelou hoje à agência Lusa o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva.

O projeto, disse, consiste na criação de um centro UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) de nível 2 associado ao Património Imaterial Europeu, no Paço dos Henriques, em plena vila de Alcáçovas, no distrito de Évora.

"O Alentejo tem apostado bastante na questão da identidade e na classificação de bens pela UNESCO ao nível do património imaterial", referiu, destacando o cante e o fabrico de chocalhos, já reconhecidos, assim como a existência de outras candidaturas na área.

Ceia da Silva defendeu que a região alentejana, devido às suas características e por já ter dois bens classificados, "justifica esta tentativa de reunir toda a linha de intervenção do património imaterial a nível europeu".

Reconhecendo tratar-se de "um projeto ambicioso", o presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo adiantou que a criação do centro UNESCO "já está numa fase relativamente adiantada" e que a sua concretização poderá ocorrer em 2017.

"A ideia está perfeitamente assumida e o processo de candidaturas está feito", disse o responsável, ressalvando que o sucesso do projeto depende de outras instituições, que "têm de dar a sua aprovação".

A Turismo do Alentejo e Ribatejo e a Câmara de Viana do Alentejo, unidas no desenvolvimento do projeto, querem que o centro UNESCO seja instalado numa parte do Paço dos Henriques, edifício histórico onde foi assinado o Tratado de Alcáçovas, situado na vila com o mesmo nome.

Alvo de obras de requalificação no valor de cerca de 1,7 milhões de euros, o imóvel vai reabrir a 04 de setembro com novas funções, acolhendo um centro interpretativo, uma área de exposições, posto de turismo, um núcleo documental e um espaço dedicado à arte chocalheira.