O sismo de magnitude 6.9 na escala de Richter que foi registado, esta sexta-feira à noite, em Marrocos. O balanço provisório subiu para 1.305 mortos e 1.832 feridos, dos quais 1.220 em estado grave, anunciou hoje o Ministério do Interior marroquino.
Em comunicado, o IPMA disse que o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli modificada, nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).
O sismo marroquino deu aso à discussão da preparação de Portugal para uma situação semelhante. O SAPO24 recuperou uma conversa com vários peritos por altura do sismo da Túrquia, quando uma das questões mais discutidas foi precisamente a de a maioria dos edifícios em Portugal ter sido construída antes da atual lei de proteção contra sismos. Embora tenha saído em 1983, há um tempo entre uma lei sair e aparecerem novos edifícios, pelo que se considera a data de 1990, como explicou na altura Carlos Sousa Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico (IST), na área da Mecânica Estrutural e Engenharia Sísmica, ao Público.
Se se olhar para os dados dos Censos 2021 percebe-se que, na Área Metropolitana de Lisboa, aproximadamente 68% dos edifícios foram construídos antes de 1990. No Algarve, cerca de 60% dos edifícios foram construídos nesse mesmo período. E, se se analisarem os dados do país inteiro, percebe-se que aproximadamente 67% dos edifícios em Portugal foram construídos antes de 1990.
Portanto, sim, a maioria dos edifícios em Portugal foi construída antes da lei de proteção sísmica. Isto faz com que o país esteja sujeito a vulnerabilidades estruturais, como foi revelado pelo LNEC. Mas já foram estabelecidas algumas regras para avaliar a vulnerabilidade sísmica de alguns edifícios.
*Com Lusa
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