“Um dos três agregados familiares, de três pessoas cada um deles, já se autonomizou, já encontrou uma residência alternativa, pelo que já não está a receber qualquer apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, disse à agência Lusa fonte da instituição, que não soube especificar qual a solução encontrada pela família em causa.

“Os outros dez desalojados continuam numa situação de grande vulnerabilidade e a beneficiar do nosso apoio”, acrescentou a mesma fonte.

De acordo com a Santa Casa da Misericórdia, um dos dois agregados familiares que continuam a receber apoio mantém-se na pensão para onde foi encaminhado inicialmente, mas está a ser considerada a possibilidade de ser transferido para outro local.

A outra família permanece num quarto subarrendado, também com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

No que respeita aos outros quatro desalojados isolados, dois já transitaram para uma nova pensão e os outros dois deverão juntar-se-lhes nos próximos dias.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não revelou, no entanto, se já há uma perspetiva e um prazo previsto para a autonomização para estas dez pessoas desalojadas, mas assegurou que se está a trabalhar nesse sentido porque “é do interesse de todas as partes”.

No último sábado à noite, um incêndio que deflagrou num prédio na Rua do Terreirinho, na Mouraria, em Lisboa, provocou dois mortos, um dos quais um jovem de 14 anos, ambos de nacionalidade indiana, e um total de 14 feridos, todos já com alta hospitalar.

Na segunda-feira, o Serviço Municipal de Proteção Civil realizou uma vistoria para avaliação do estado de conservação do edifício, tendo concluído que a parte estrutural do prédio não foi afetada, mas que o mesmo não reúne condições de habitabilidade.

As causas do incêndio ainda não são conhecidas, estando a ser investigadas pela Polícia Judiciária.

Questionado pela agência Lusa, o Alto Comissariado para as Migrações (ACM) disse que as pessoas afetadas pelo incêndio beneficiaram de diversos tipos de apoio, incluindo o alojamento alternativo, que continua a ser assegurado através da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O ACM referiu ainda que, no âmbito das suas competências, através da sua Rede Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (RNAIM), “promove um trabalho conjunto e articulado com o poder local e entidades da sociedade civil”.

“Este trabalho visa acompanhar proativamente os processos de acolhimento e integração de cidadãos migrantes nos diferentes territórios a nível nacional, atendendo às suas especificidades, procurando prevenir e identificar vulnerabilidades, bem como apoiar as autarquias na concretização de soluções conjuntas e coordenadas para dar resposta aos desafios dos territórios”, sublinha o Alto Comissariado para as Migrações.