A ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe, foi declarada Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO) em 11 de julho de 2012.
“Neste momento estamos a fazer a revisitação da reserva e já foi apresentado na UNESCO o novo plano, um novo programa para a reserva da biosfera do Príncipe. Está a correr tudo bem. No próximo ano vamos ter a resposta se o galardão continua ou não”, explicou José Cassandra.
“Estamos convencidos que vai continuar, porque o Príncipe fez um grande trabalho e houve uma grande envolvência das comunidades, por isso estamos convencidos que, por isso vai continuar como reserva da biosfera nos próximos dez anos”, acrescentou.
José Cassandra falava à Lusa no final da mesa-redonda do I Encontro da Rede de Reservas da Biosfera da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ato de lançamento da Rede das Reservas da Biosfera da organização lusófona.
O encontro visou reforçar a articulação entre os seus membros para a partilha de informação e discussão de iniciativas futuras, nomeadamente, no que respeita a potenciais modelos de promoção das Reservas da Biosfera da UNESCO na CPLP.
Relativamente ao futuro, José Cassandra salientou que o “grande objetivo da associação é precisamente continuar a sensibilizar, continuar a trabalhar a capacitação, a comunicação, ajudando o Governo [de São Tomé e Príncipe] neste processo”.
“Porque as reservas são um processo onde nós temos que olhar para a conservação, numa perspetiva sempre de encontrar o melhor equilíbrio entre o Homem e a natureza. Como eu costumo dizer, qualidade de vida, termos melhor qualidade de vida e não só vidas humanas, como das espécies endémicas que temos no Príncipe, da flora, da fauna marinha e terrestre”, explicou.
José Cassandra disse ser possível desenvolver projetos dentro da ilha do Príncipe que vão ao encontro da melhoria da situação dos cidadãos.
“É essa a nossa perspetiva e nós estamos convencidos que estamos a fazê-lo. E o mais importante é que as pessoas aderem aos programas”, salientou, enumerando, por exemplo, programas com impacto económico na vida das comunidades.
“Antes não tínhamos pessoas a fazerem, a fabricarem sabão. Já se fabrica sabão na ilha do Príncipe de uma forma muito artesanal ainda, mas útil para a vida das pessoas. Nós fabricamos materiais artesanais que vão resolver, que vão ao encontro às necessidades das pessoas”, destacou.
Outras ações foram a redução dos plásticos, a criação da compostagem, para eliminar a entrada de químicos pesados na ilha há mais de dez anos, apontou.
“Portanto, são ações que eu penso que têm um impacto forte na vida das pessoas e que vêm ajudar naturalmente a melhorar a vida dos cidadãos na reserva da biosfera no Príncipe”, concluiu.
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