A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que vai arrancar na próxima semana a "vacinação dos maiores de 50 anos com certas comorbilidades, dos bombeiros e equipas de primeira intervenção de ação social e ainda das pessoas que asseguram serviços essenciais". No entanto, falta saber como serão feitas as convocatórias ou como atuar quando os utentes não têm médico de família ou são seguidos no privado. A notícia é avançada esta segunda-feira pelo Jornal de Notícias (JN).

De acordo com o JN, está atualmente a ser feita uma validação das listagens — informação que está no sistema informático nos centros de saúde e hospitais — onde figuram os nomes dos utentes com mais de 50 anos que fazem parte do grupo de risco por terem doença coronária, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e doença pulmonar obstrutiva crónica, processo que vai permitir detetar eventuais erros e omissões.

Todavia, o presidente da associação que representa as unidades de saúde familiares (USF-AN), Diogo Urjais, salienta que os centros de saúde não sabem como é que os utentes sem médico de família serão convocados e que não foi ainda transmitida a informação onde será feita a vacinação. Ou seja, tanto utentes como profissionais não sabem ainda para onde é que se tem que deslocar em virtude das especificidades de armazenamento e aproveitamento das doses da vacina da Pfizer.

Segundo o jornal, há ainda a situação dos doentes que são seguidos no privado e que necessitam de apresentar nos centros de saúde uma declaração do seu médico que comprava uma patologia que os coloca no grupo de risco. Porém, Diogo Urjais frisa que não se sabe quem é que vai validar esses mesmos atestados.

Esta notícia do JN surge a par de outra que dá conta que além deste grupo de risco, os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, também vão começar a ser vacinados na próxima semana.

O primeiro-ministro, António Costa, terá já enviado mesmo "cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços".

"De modo a que se possa programar com precisão este processo é essencial definir, entre estes titulares, a indispensável ordem de prioridade, tendo em conta a limitada quantidade de doses disponíveis em cada semana", especifica António Costa na mensagem enviada ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a que o Diário de Notícias teve acesso.