“Têm-se mantido atrasos nos voos, até porque a sua rotação começou logo a ser afetada pelas primeiras saídas da manhã e pelas primeiras chegadas da manhã, a partir daí, até quando os próprios aviões regressavam a Portugal já vinham com cerca de uma hora de atraso para aquilo que era normal numa situação normal e, portanto, isso foi sempre criando atrasos ao longo do dia”, disse à Lusa Fernando Simões, dirigente do SINTAC.

O nível de adesão à greve nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal manteve-se assim nos 70%, o valor registado durante a manhã, acrescentou.

A greve dos trabalhadores da Portway (empresa de assistência em terra nos aeroportos), convocada pelo SINTAC, começou na sexta-feira e prolonga-se até domingo.

Questionado sobre o balanço da greve efetuado pela ANA - Aeroportos de Portugal, que disse que o impacto da paralisação estava a ser “reduzido” em Lisboa e que não era assinalável no Porto, em Faro e no Funchal, o dirigente sindical considerou tratar-se de “um grande contrassenso”.

“O impacto reduzido que a ANA - Aeroportos fala em parte é um grande contrassenso quando a mesma tem no seu ‘site’ um aviso que, ‘derivado à greve decretada pelo SINTAC, vão existir possíveis constrangimentos e aconselha os passageiros a contactar as companhias’”, disse Fernando Simões.

Além disso, continuou, “na aerogare, a informação que a ANA - Aeroportos está a dar nos ‘placards’ não está certa, não bate certo com aquilo que muitas vezes acontece na informação dos atrasos dos voos no seu ‘site’ na Internet”.

Para domingo, último dia da greve, o dirigente sindical anteviu “um dia complicadíssimo”, já que vai ser “um dia com maior número de voos até do que propriamente sexta-feira”.

“A previsão é que os efeitos ou serão iguais a sexta-feira ou poderão mesmo ultrapassar”, adiantou.

Na altura do pré-aviso de greve, o SINTAC, em comunicado, indicou que decidiu avançar para a greve porque a empresa, "através dos seus administradores pertencentes ao grupo Vinci, “não cumpriu o devido descongelamento de carreiras no passado mês de novembro conforme tinha assinado em 2016".

O SINTAC referiu que, "como se ainda não bastasse", a empresa "começou a cortar abonos sociais e direitos adquiridos por todos os seus trabalhadores ao longo de 20 anos, não reconhecendo assim todo o esforço dos trabalhadores ao longo dos anos, e tudo isto com um único objetivo, o de não baixar os seus lucros a fim de poder encher ainda mais os cofres do grupo Vinci.

A Lusa contactou hoje a Portway por email e por telefone, mas ainda não foi possível obter comentários ao segundo dia de greve.