“Há uma administração empenhada em reforçar a empresa, está em curso uma renovação da frota com os mais modernos aviões do mercado, foram tomadas medidas de reforço da estabilidade financeira do grupo, está em curso a reorganização da própria empresa e pretende-se um parceiro estratégico que robusteça a atividade operacional da companhia”, frisou hoje o governante.

Vasco Cordeiro falava na delegação de Ponta Delgada da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, na Comissão Eventual de Inquérito ao Setor Público Empresarial Regional (SPER), que esta tarde está a ouvir o presidente do executivo da região sobre a SATA.

Na sua intervenção inicial, de cerca de 15 minutos, o chefe do executivo açoriano fez ainda um “apelo” aos deputados e partidos políticos para que, “sem prejuízo dos direitos de cada um”, fosse possível “estabelecer um clima fundamental” para que sejam tomadas medidas na empresa que resultem nos “resultados pretendidos” de mais-valia para os Açores, os açorianos e a economia regional”.

O governante lembrou a crise recente na economia mundial, europeia e portuguesa para sustentar que a SATA “fez a diferença”, não para o executivo, “mas sim para milhares e milhares de açorianos que, trabalhando no setor turístico ou em atividades com este relacionadas, nesse período puderam manter o seu posto de trabalho” ou “manter as suas empresas”.

“Foi a SATA que, com a sua operação para a Europa, garantiu que entrassem, entre 2009 e 2014, mais de 50 milhões de euros nas empresas turísticas dos Açores, ajudando, por esta via, a manter emprego na região, quando este setor estava em grande recessão a nível mundial”, disse.

Posteriormente, a transportadora viveu um “trajeto de recuperação” que “teve seguimento em 2016, ano marcado por uma grande paz social, e no qual se verificou uma evolução generalizada dos resultados operacionais”, que melhoraram 7,7 milhões de euros, recuperando dos 16,7 milhões de euros negativos para os nove milhões de euros também negativos.

“Chegamos, assim, a 2017. Enfrentámos um ano atípico por uma série de razões que interessa, aqui, recordar, pelo impacto que tiveram nas contas do grupo SATA”, disse Vasco Cordeiro, falando nos aumentos de custos de combustível, incidentes com aviões ou “cancelamentos por razões operacionais e meteorológicas que, não sendo exclusivos deste ano, impactaram significativamente” os resultados da empresa.

E prosseguiu: “Para os que, consciente ou inconscientemente, alimentam em si próprios ou noutros a ilusão de que a SATA poderia estar protegida numa redoma ou que tudo vai bem na aviação civil e só a SATA tem os desafios que tem, convém talvez lembrar que só desde 2017, por todo o mundo, já se extinguiram mais de 260 companhias de aviação, das quais, apenas em 2017 e 2018, mais de três dezenas”.