"À margem da Constituição e da lei, anunciaram falsamente um vencedor das eleições presidenciais diferente do proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral", diz um comunicado do Ministério Público sobre o documento, que González assina como "presidente eleito".
Os dois são acusados, entre outros crimes, de usurpação de funções, incitação à desobediência das leis, incitação à insurreição e conspiração.
Antes, numa carta publicada nas redes sociais, González e Machado fizeram um apelo à "consciência" de militares e polícias, pedindo para que cessem a "repressão" às manifestações opositoras que já deixaram pelo menos onze civis mortos, segundo organizações de direitos humanos.
Há mais de dois mil detidos, de acordo com Maduro, que sustenta que uma tentativa de "golpe de Estado" está em curso.
"O alto comando está alinhado com Maduro e os seus interesses vis, enquanto vocês estão a ser representados por este povo que saiu para votar (...), cuja vontade foi expressa em 28 de julho e vocês sabem", aponta o documento de González e Machado, dirigindo-se às forças de segurança do Estado.
Maduro foi ratificado na passada sexta-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como presidente reeleito com 52% dos votos contra 43% de González, candidato como representante de Machado, que tinha vencido as primárias da oposição, mas foi vetada por uma inabilitação política.
A oposição sustenta que o seu candidato obteve 67% dos votos, segundo atas de votação que publicou numa página online. O governo chavista não reconhece a validade desses documentos.
"O novo governo da República, eleito democraticamente pelo povo venezuelano, oferece garantias àqueles que cumprirem com o seu dever constitucional. Além disso, destaca que não haverá impunidade", manifestaram González e Machado na sua carta.
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