A Direção-Geral de Contra-Inteligência Militar da Venezuela tinha prendido o capitão Rafael Acosta, da marinha venezuelana, por suspeita de tentativa de assassínio do Presidente eleito, Nicolas Maduro, acabando por morrer com sinais de tortura.

Hoje, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, disse que a detenção de Acosta foi “politicamente motivada” e considerou “injustificável e inaceitável” a condição da sua morte, sob custódia dos serviços secretos venezuelanos.

Mnuchin disse que o Departamento do Tesouro “está empenhado em acabar com o tratamento desumano que o regime de Maduro dá aos opositores políticos, civis e membros das forças armadas, num esforço para suprimir a dissidência”, para justificar as sanções agora impostas.

Como resultado das sanções hoje anunciadas, a Direção-Geral de Contra-Inteligência Militar da Venezuela fica com todos os seus bens sob jurisdição dos EUA congelados, para além de ficar proibida de realizar transações financeiras com qualquer pessoa ou empresa nos Estados Unidos.

Em 29 de junho, o Governo da Venezuela confirmou a morte Rafael Acosta. Dois soldados da Guarda Nacional Bolivariana foram detidos por alegada responsabilidade na sua morte, enquanto decorria o julgamento.

Segundo fontes da oposição ao regime de Maduro, Acosta foi torturado até à morte e, na última vez em que foi visto vivo, perante um tribunal militar, não conseguiu manter-se em pé durante a sessão.

Para o Departamento do Tesouro norte-americano, este caso é “apenas a mais recente amostra de brutalidade realizada por uma agência (de informações) conhecida pelos seus métodos violentos”.

O Grupo de Lima, que reúne vários países dos continentes americanos, reagiu criticando veementemente esta morte, considerando que o militar foi “assassinado”.

A União Europeia também já pediu uma investigação “completa e independente” ao sucedido a Rafael Acosta.

O Governo dos EUA foi o primeiro a reconhecer a legitimidade do autointitulado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, sendo acompanhado por um grupo de mais de 50 países que pede ao Presidente eleito, Nicolas Maduro, para marcar eleições livres e democráticas.

Os EUA já impuseram diversas sanções económicas, incluindo medidas restritivas sobre as relações comerciais das empresas petrolíferas venezuelanas, para pressionar o Governo de Nicolas Maduro.