
A coligação da oposição, Mesa de Unidade Democrática (MUD), informou que vai avançar esta semana com a formação de um "governo de união", através de um "compromisso de unidade para a governabilidade", disse o vice-presidente do parlamento, Freddy Guevara, em conferência de imprensa na segunda-feira.
O deputado afirmou que este compromisso vai estabelecer entre todos os intervenientes da "unidade democrática", "um desafio" que implica a população, diferentes setores da sociedade e dirigentes políticos.
A oposição atualizou os dados relativos à consulta simbólica de domingo, em que participaram 7,5 milhões de venezuelanos, dentro e fora do país, com 98% a responder "sim" às três perguntas apresentadas à população: se rejeitavam a eleição de uma Assembleia Constituinte, prevista a 30 de julho, se pediam às forças armadas para acatarem as decisões do parlamento, onde a oposição detém a maioria, e se queriam uma renovação dos poderes públicos através do voto.
Guevara anunciou também a convocação, em nome da MUD, uma greve geral de 24 horas para quinta-feira como "mecanismo de pressão e preparação para a escalada definitiva", prevista na "próxima semana", para "enfrentar a fraude constituinte e conseguir o restabelecimento da ordem constitucional".
O deputado pediu ao Governo para "ler corretamente" os resultados da consulta e garantiu que a oposição está disposta a debater soluções para a "tragédia coletiva" no país, se o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, retirar a proposta da Constituinte e restabelecer a ordem constitucional".
O Governo afirmou que a organização da consulta da oposição inventaram cinco milhões de votos.
Maduro reiterou, na segunda-feira, que vai manter a convocatória para a eleição de uma Assembleia Constituinte, mecanismo que vai permitir alcançar "a independência e soberania", em resposta aos apelos de vários países para que suspenda a votação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Samuel Moncada, acusou os principais órgãos de comunicação internacionais, incluindo a BBC, Reuteurs, EFE, New York Times e Voz da América, "de mentir" na cobertura da consulta da oposição.
Para Moncada, aqueles meios tornaram "invisíveis milhões de pessoas que votaram" no ensaio para a escolha da Assembleia Constituinte, através da qual o Governo pretende alterar a Constituição venezuelana.
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