"Nós não temos um número suficiente para a apreciação parlamentar, mas vamos ver as propostas que aparecem. 'Os Verdes' estão dispostos, obviamente, a arregaçar as mangas em todas as frentes para levarmos a bom porto a contagem de todo o tempo de serviço", disse Heloísa Apolónia nos Passos Perdidos do parlamento.

O decreto-lei que prevê a recuperação de quase três anos de serviço de tempo congelado aos professores teve um "longo e aturado processo negocial", disse o ministro da Educação em conferência de imprensa, no dia em que os docentes voltaram a sair à rua para exigir a recuperação de mais de nove anos de trabalho, o Governo aprovou a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias.

"Temos encontrado um Governo completamente intransigente, numa teimosia perfeitamente absurda que não conseguimos compreender relativamente a esta matéria do tempo de serviço. O Governo está a comprar uma guerra com os sindicatos, os professores e outras carreiras exatamente na mesma situação que não se compreende", insistiu.

O decreto-lei foi aprovado dois dias depois da última reunião negocial entre as dez estruturas sindicais de professores e representantes dos ministérios da Educação e das Finanças, num encontro em que as duas partes não conseguiram chegar a acordo e em que os docentes exigem a contabilização de nove anos, quatro meses e dois dias.

"Há uma palavra a dizer por parte do Presidente da República que também se pronunciará sobre esta matéria. Estamos, tranquilamente, também a aguardar por essa posição do Presidente da República", afirmou Heloísa Apolónia, referindo-se à futura promulgação ou não do diploma por parte do chefe de Estado.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros, Tiago Brandão Rodrigues sublinhou que tinha sido aprovada "a bonificação de dois anos e nove meses" depois de um "longo e apurado processo negocial" em que o Ministério da Educação esteve "de boa-fé".