No domingo, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que a tendência de diminuição da taxa de desemprego e do aumento da criação de emprego registou-se durante os anos do anterior governo, salientando também que “a precariedade, que está mais associada a contratos a termo certo, representa cerca de 30% do emprego criado” e recusando que isso sejam boas notícias.
“Eu estranho é que seja o dr. Passos Coelho a falar de emprego precário, porque, tanto quanto me recordo, em todo o período em que foi primeiro-ministro, todas as medidas que foram tomadas incentivaram a precariedade no mercado de trabalho”, afirmou Vieira da Silva à margem da apresentação do Relatório Anual sobre a Evolução da Negociação Coletiva em 2016 do Centro de Relações Laborais (CRL), em Lisboa.
O ministro citou algumas das medidas tomadas pelo anterior governo PSD/CDS-PP: “Aumentou o período dos contratos a prazo e os incentivos que existiam nas políticas de contratação eram incentivos que não diferenciavam de forma suficiente o tipo de contrato”.
“Julgo que Passos Coelho está com alguma dificuldade em adaptar-se a uma realidade que é nova. E custa-me que não tenha uma palavra, como responsável político do maior partido da oposição, de reconhecer que esta evolução do emprego é extremamente positiva”, afirmou o governante.
Vieira da Silva congratulou-se também com os números divulgados hoje pelo gabinete de estatísticas europeu, o Eurostat, que concluiu que Portugal teve a segunda maior descida homóloga da taxa de desemprego (2,2 pontos) em março, tendo esta recuado tanto na zona euro quanto no conjunto dos 28 Estados-membros da União Europeia (UE).
“Pela primeira vez em muitos anos, a nossa taxa de desemprego baixou dos 10%”, afirmou o ministro, sublinhando a criação líquida de 150.000 postos de trabalho. “É extremamente positivo”, considerou.
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