Segundo a Força Tarefa Humanitária, da Organização das Nações Unidas (ONU), que está no local, os ataques começaram depois de um comerciante local ter sido assaltado na noite passada, supostamente por venezuelanos que vivem na cidade.

O facto gerou indignação em alguns moradores de Pacaraima, que na manhã de hoje organizaram uma manifestação que acabou em atos violentos contra grupos de venezuelanos instalados na cidade. Foram arremessadas pedras, queimados pneus e destruídos vários locais onde os imigrantes guardavam alguns bens pessoais.

Devido ao aumento de imigrantes os serviços de saúde, de habitação e de educação do estado de Roraima – o mais a norte do país - estão em colapso. O estado tornou-se no principal centro de acolhimento para as centenas de venezuelanos que fogem da crise económica e social do seu país.

“A situação é desesperante. O mundo tem de ver o que se está a passar aqui, já ninguém sabe o que fazer”, disse Milene de Souza, 44 anos, uma voluntária na igreja evangélica que apoia os imigrantes em Boa Vista, Roraima.

Citada pela agência de notícias Associated Press, a mulher disse que todos os dias ajuda engenheiros, médicos, advogados e outros profissionais venezuelanos, que dormem nas ruas.

Mais de 50 mil venezuelanos já cruzaram a fronteira e estão em abrigos ou a dormir ao relento, em tendas ou em barracas improvisadas.

Em abril, a governadora de Roraima, Sueli Campos, pediu à justiça o encerramento da fronteira e no princípio deste mês um juiz ordenou o encerramento temporário. No entanto, o Supremo Tribunal Federal já rejeitou a proposta e disse que qualquer medida nesse sentido iria contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

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