A marcha vai decorrer no sábado, entre as 16:00 e as 17:00 (dependendo da cidade), em Barcelos, Braga, Porto, Coimbra, Lisboa, Seixal, Portalegre, Beja, Portimão e Albufeira, informou a responsável e fundadora do movimento, Helena Gouveia, ex-jornalista e consultora na área de direitos humanos.

O movimento "Nós Por Elas" foi criado depois de Helena Gouveia ter assistido às notícias de um homem que matou a sogra e a filha.

"Surgiu a ideia de um movimento contra a violência doméstica, não pensada apenas como feminicídio, mas em toda a envolvente do fenómeno, que abrange mulheres e homens, crianças, idosos e técnicos", disse à agência Lusa Helena Gouveia, salientando que, após ter lançado o repto, não estava à espera que ganhasse "a dimensão que ganhou".

O movimento, vinca, é apartidário e não ligado a organizações ou associações, querendo ser "inclusivo e aberto a homens e mulheres de todos os quadrantes que se identifiquem com a causa".

O "Nós Por Elas", explica, remete não apenas para as mulheres, mas para "todas as vítimas".

Em todas as cidades, haverá uma marcha, mas as diferentes formas de homenagem às vítimas poderão ser diferentes em cada local, referiu.

Em Lisboa, a iniciativa vai começar com uma concentração às 16:00, na praça do Comércio. Posteriormente, serão lançadas flores ao rio Tejo "pelas vítimas - mulheres, homens e crianças envolvidos neste flagelo" -, terminando com uma caminhada até ao Tribunal da Relação de Lisboa, onde os participantes poderão depositar faixas e cartazes, informou Helena Gouveia.

Em Coimbra, será realizada uma marcha da praça da República até à praça 8 de Maio, local onde irá atuar um coro, enquanto dois pequenos grupos vão deixar uma lápide nas instalações do Ministério Público e no palácio da Justiça.

De seguida, o grupo segue até ao parque Manuel Braga, onde serão lançadas mais de 500 flores (representando as mais de 500 vítimas de violência doméstica em 15 anos) ao rio Mondego, referiu uma das responsáveis pela iniciativa de Coimbra, Maria José Carrilho.

Na Baía do Seixal, a organização pretende formar uma corrente e acender velas, em Portalegre, haverá uma instalação artística e, em Beja, um grupo de cante alentejano vai atuar durante a iniciativa.

No sábado, além das marchas promovidas pelo movimento "Nós Por Elas", haverá também uma manifestação organizada pelo Movimento Democrático de Mulheres (MDM), em Lisboa.

Já para sexta-feira, foi convocada uma greve feminista pela Rede 8 de Março. O manifesto que apresentou no mês passado marca uma posição contra as desigualdades, seja no salário ou no trabalho doméstico.