“É um discurso redondo que tenta agradar a generalidade do statu quo, mas que a nós não nos convenceu”, declarou Francisco Guerreiro aos jornalistas, após a intervenção e debate da candidata designada para a presidência da Comissão Europeia no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.

O representante do partido Pessoas-Animais-Natureza na assembleia europeia assumiu mesmo que o “discurso verde” de Ursula Von der Leyen não demoveu os Verdes europeus, a sua família política, de votar contra a nomeação da política alemã para a presidência da Comissão Europeia, já que a candidata não conseguiu concretizar com exemplos práticos a sua retórica.

“Ela fala em objetivos climáticos, e depois não diz nada relativamente, por exemplo, ao acordo do Mercosul, que tem um grande impacto na pegada carbónica. As metas climáticas também são um pouco mais ambiciosas em termos de retórica, e depois não concretiza. Não fala em agropecuária intensiva, não fala em modos de produção de alimentos mais ecológicos, nomeadamente relacionados com a agricultura. Não fala de uma estratégia de proteção dos solos, de uma estratégia para a ferrovia”, enumerou.

Salientando que conseguiu apresentar “três ou quatro estratégias em cinco segundos”, Francisco Guerreiro estimou que não seria difícil a Von der Leyen “dizer claramente o que quer e como ambiciosa fazê-lo”.

“Não custa muito, antes pelo contrário, e direciona e concretiza as metas climáticas que tanto almeja a nível da retórica”, reiterou.

O eurodeputado do PAN demarcou ainda a opção de voto dos Verdes do ‘veto’ anunciado por outras famílias políticas, como a Esquerda Unitária, onde têm assento o PCP e o Bloco de Esquerda, ou do Identidade e Democracia, o grupo que integra partidos de extrema-direita, nomeadamente a Liga de Matteo Salvini e a União Nacional de Marine Le Pen.

“Eles estão sempre contra, nós há vários meses que estamos a negociar e esse era o nosso compromisso negociar com a candidatura. Estes meses de negociação não deram em nada”, lembrou.

O Parlamento Europeu vota hoje, às 18:00 locais (menos uma hora em Lisboa), a nomeação da alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia.

A política alemã necessita obter uma maioria absoluta - metade dos eurodeputados mais um, ou seja, 374 – para suceder ao luxemburguês Jean-Claude Juncker na presidência do executivo comunitário.

Neste momento, o número de eurodeputados que compõem o hemiciclo é de 747 e não 751, pelo que a política alemã necessitaria de 374 votos favoráveis.

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