“A situação na fronteira com a Polónia é absolutamente inaceitável”, frisou Zelensky, numa nota nas rede sociais, onde destacou que informou Charles Michel da iniciativa de Kiev para uma reunião imediata entre todas as partes – Ucrânia, Polónia e também a Comissão Europeia – na fronteira.

O líder ucraniano sublinhou que a Ucrânia “está disposta a realizar consultas” para resolver a situação na fronteira “de forma rápida e justa”.

O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, deslocou-se hoje a Varsóvia para garantir a passagem da ajuda ocidental através da fronteira entre os dois países, que está bloqueada por manifestantes polacos.

“Tive uma conversa franca” durante mais de uma hora com responsáveis do Governo polaco, anunciou Kuleba na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma mensagem publicada na rede social, Kuleba agradeceu as “decisões que permitirão a entrega sem obstáculos de equipamento militar e humanitário à Ucrânia”.

A Polónia tem estado entre os maiores apoiantes da Ucrânia desde o início da invasão russa, mas as relações entre Varsóvia e Kiev foram dificultadas nos últimos meses por disputas comerciais.

Depois de um longo bloqueio da fronteira por camionistas, os agricultores polacos iniciaram um protesto e bloquearam os pontos de passagem fronteiriços com a Ucrânia.

Os agricultores contestam as importações agroalimentares da Ucrânia, que consideram “descontroladas”, assim como criticam a política agrícola europeia.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.