“Decidi substituir o comandante das forças conjuntas das Forças Armadas da Ucrânia, o tenente-general Yuri Sodol, pelo brigadeiro-general Andriy Gnatov”, adiantou Zelensky, na rede social Telegram.
O chefe de Estado ucraniano não especificou os motivos desta demissão, mas a decisão surge após críticas de um comandante da brigada Azov, conhecida pelas suas ligações com círculos ultranacionalistas.
Este comandante, Bogdan Krotevych, revelou hoje de manhã que tinha apresentado uma queixa aos serviços de segurança ucranianos (SBU), para exigir a abertura de uma investigação a Sodol.
De acordo com os meios de comunicação ucranianos, Krotevych acusa Sodol de incompetência, levando à morte de soldados ucranianos e a retrocessos na frente de combate, noticiou a agência France-Presse (AFP).
O Exército ucraniano tem estado em dificuldades desde o fracasso da sua contraofensiva no verão de 2023, com as tropas russas a conquistarem novas aldeias no leste e no sul do país todas as semanas, mas sem conseguirem um verdadeiro avanço.
O Exército russo também lançou uma ofensiva terrestre na região de Kharkiv (nordeste) no início de maio, conquistando várias localidades antes de ser retardado por reforços enviados por Kiev.
As forças ucranianas, por seu lado, sofrem de falta de recrutas devido à lentidão da mobilização e de armamentos devido a atrasos nas entregas de ajuda ocidental.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
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