“Estes incidentes deveriam conduzir as autoridades espanholas a desistir imediatamente da construção do armazém de resíduos e a planear, em articulação com Portugal e a União Europeia, o encerramento da central”, considerou.

“O reporte de incidentes operacionais na Central Nuclear de Almaraz é cada vez mais frequente”, adiantou o chefe da delegação socialista no Parlamento Europeu, num comunicado enviado à Lusa.

Para Zorrinho, estes “são incidentes aparentemente sem risco sistémico, mas no caso da energia nuclear deve funcionar o princípio da precaução e da tolerância zero”.

A Central Nuclear de Almaraz, em Espanha, informou que a Unidade 1, que sofreu hoje uma paragem não programada, encontra-se em “situação estável” e assegurou que “todos os controlos e proteções” funcionaram corretamente.

Em comunicado, a central adianta que os funcionários estão investigar a anomalia e a realizar testes e inspeções para voltar a ligar a rede elétrica da unidade.

A Central Nuclear de Almaraz, “seguindo os procedimentos estabelecidos”, notificou o Conselho de Segurança Nuclear (CSN) sobre a paragem não programada ocorrida às 09:57 de hoje [08:57 de Lisboa] na Unidade 1.

Informámos o CSN que “tinha ocorrido uma interrupção não programada na Unidade 1 devido à paragem da bomba principal número dois, como consequência da perda de potência da referida bomba”, refere o comunicado.

O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) de Espanha informou por sua vez que o incidente ocorrido na central de Almaraz “não teve nenhum impacto”, classificando-se no nível zero na Escala Internacional de Ocorrências Nucleares (INES), que tem sete níveis.

O incidente, “que não teve nenhum impacto sobre os trabalhadores, o público ou o ambiente, é classificado com nível zero” na INES, elaborada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para informar o público sobre a gravidade das ocorrências em instalações nucleares, refere o CSN em comunicado.

A situação foi denunciada pelo Movimento o Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) e a Associação Ecologistas em Ação que reiteram a sua exigência para que não seja renovada a autorização de funcionamento da central de Almaraz, que tem licença até 2020.

Já em dezembro último, Zorrinho tinha questionado a Comissão Europeia sobre a decisão do Governo espanhol de autorizar a construção de um armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz “a alguns meses antes do prazo limite para a transposição da nova diretiva Euratom”, que fixa as normas de segurança de base relativas à proteção contra os perigos resultantes da exposição a radiações ionizante.