Por Simão Freitas, enviado da agência Lusa
“É uma vida na Aldeia Olímpica com mais reservas, com menos contactos, sempre de máscara, testes todos os dias, mas de resto, é a bolha que os protege e deixa de alguma forma mais tranquilos, o tranquilo possível, para preparar a competição”, diz à Lusa o Chefe de Missão, Marco Alves.
Tóquio2020 arrancou hoje sob fortes restrições devido à situação sanitária global, com testes diários para atletas e muitos dos outros profissionais acreditados, regras de distanciamento social e constante uso de máscara, num sistema de ‘bolha’ que desfasou, até, as partidas e chegadas dos desportistas de cada modalidade, para minimizar ao máximo os contactos e cruzamentos sociais.
Antes, o chefe destaca um trabalho da parte da missão, via Comité Olímpico de Portugal (COP), em que foram levadas a cabo preparações para “mitigar a ansiedade que poderia provocar a vinda para Tóquio e os primeiros dias” na capital nipónica.
Ainda assim, e com o foco em que os atletas “se preocupem é com o treino e a competição”, têm surgido “problemas, principalmente nos transportes”, uma das questões em que a missão esperava boa organização, ao replicar o que já existe todo o ano na cidade.
“Não aconteceu. Há países que falharam sessões de treino por problemas nos transportes, nós tivemos a felicidade de não ter falhado nenhuma sessão de treino, mesmo com atrasos”, acrescenta.
Para os portugueses, a vida na Aldeia Olímpica não acarreta “uma ansiedade diferente de outros Jogos”, mesmo que traga “preocupações redobradas por causa da pandemia”, dados os casos, já acima de 90, confirmados na vila dedicada aos atletas.
“Deixa as pessoas preocupadas, não queremos que nos toque a nós. (...) Há sempre algum risco associado, e nestas alturas conta um pouco. Diria que regra geral todos os atletas estão bem e a preparar-se”, conta Marco Alves.
De qualquer forma, o facto de os Jogos terem sido adiados em um ano permitiu não só a sua realização, face à possibilidade de cancelamento, mas também que muitas outras provas internacionais ocorressem, com protocolos de segurança apertados, e por isso os atletas “já estão habituados a este contexto”.
Por seu lado, o remador Afonso Costa, que faz dupla com Pedro Fraga e se esteia em Jogos Olímpicos, disse à Lusa sentir-se “focado” na prova em ‘double scull’ ligeiro, pelo que a envolvência pouco se faz sentir, superando as condicionantes.
Comentários