Depois de quase três meses longe dos relvados e de ver na véspera o rival FC Porto perder (2-1) diante do Famalicão, o clube da Luz tinha a possibilidade de corrigir a rota negativa das jornadas anteriores à interrupção da prova, na qual havia destruído uma vantagem de sete pontos sobre os dragões e consentiu mesmo a ultrapassagem. Contudo, voltou a evidenciar defeitos antigos, confinado num aparente labirinto sem saída.
Antes da bola rolar, o ‘novo normal’ pós-pandemia traduzia-se numa sensação estranha que ecoava no estádio, marcada pelos gritos ou pelas palmas de incentivo entre os jogadores no campo, as vozes dos relatadores da rádio que se erguiam num momento de perigo junto da baliza e o imenso silêncio que repousava nas bancadas vazias. Com a bola já a rolar, a primeira impressão era a de um jogo de pré-época e os minutos que se seguiriam pouco contribuíram para mudar essa ideia.
Num jogo que termina 0-0, um golo faria sempre toda a diferença e isso até esteve muito perto de acontecer logo aos dois minutos, mas Cláudio Ramos fez uma grande defesa com o pé a remate de Rafa. Oito minutos volvidos, seria Jardel a cabecear após um canto com a bola a rasar o poste. No entanto, esteve longe de ser uma entrada avassaladora dos ‘encarnados’, já que o Tondela denotava boa circulação de bola e uma sólida organização defensiva.
Com a passagem dos minutos, o Benfica empurrou o Tondela para o seu meio-campo, limitando ao máximo as transições dos beirões. Mas esgotavam-se aí as virtudes da atuação dos ‘encarnados’ no primeiro tempo, sem velocidade, intensidade ou ideias que desfizessem o nulo no marcador. Em suma, ainda em 'modo quarentena'.
O intervalo deu tempo às duas equipas para recuperar o curto fôlego, mas não trouxe melhorias à qualidade do jogo. Rafa e Pizzi até estiveram perto de marcar golo logo nos primeiros minutos do reatamento, André Almeida imitou as tentativas falhadas dos colegas com um remate que passou junto à trave aos 68.
Quase sempre remetido a um papel secundário de resistência, o Tondela ganhou protagonismo com uma ameaça à baliza de Vlachodimos, na qual Richard Rodrigues atirou com muito perigo aos 75 minutos. A equipa de Natxo González tudo fazia para resistir à pressão do anfitrião, mas a fatura física viria a pesar, com as lesões de Valente e Filipe Ferreira.
Já com Dyego Sousa em campo, o Benfica procurava maior presença no ataque, à qual se juntariam ainda Seferovic e Jota. O melhor que conseguiu foi em dois cabeceamentos de Rúben Dias e de Diego Sousa, travados, respetivamente, pelo poste e pela barra da baliza do guarda-redes Cláudio Ramos. E com o tempo a correr para o fim do jogo, Jardel cabeceou e Petkovic evitou o golo com o joelho já em cima da linha.
Ato contínuo, chegaria o apito final do árbitro Manuel Mota, confirmando o empate entre Benfica e Tondela. Os ‘encarnados’ igualam, assim, os ‘dragões’, com 60 pontos, na liderança do campeonato. Por sua vez, o Tondela segue no 13.º lugar, com 26 pontos.
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