A ilha da Madeira e do Porto Santo recebem entre os dias 11 e 14 de julho o Campeonato de Portugal de Cruzeiros (CPC).

A prova, integrada no programa das comemorações dos 600 Anos da descoberta do arquipélago, estende-se ao longo de quatro dias, engloba oito regatas e terá três títulos nacionais em disputa.

Organizada pela Federação Portuguesa de Vela (FPV), Associação Regional de Vela da Madeira (ARVM) e Associação Nacional de Cruzeiros, com o apoio do governo regional madeirense, através da Direção Regional de Turismo, a competição é destinada a embarcações nacionais e internacionais com certificado ORC, abrindo ainda espaço para a classe “OPEN - Turismo à Vela”, destinada aos veleiros que não estão incluídos no ranking da FPV.

Ruben Luís Borges, madeirense que vive em Lisboa “há mais de 15 anos”, regressa a casa para participar na prova que recorda os feitos de João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo que chegaram a Porto Santo, em 1418, e, no ano seguinte, 1419, à baía do Funchal.

“A ida dos barcos, no primeiro dia de regatas, a Porto Santo, é o assinalar de um marco”, começou por referir ao SAPO24 o velejador de 36 anos. “Depois segue-se uma passagem pelas Desertas, haverá provas em Machico e no Caniçal e termina com uma regata no Funchal”, descreve.

“Aprendi a velejar na Associação Desportiva do Clube Naval do Funchal. Vou “jogar” em casa e voltar a fazer regatas na Madeira com o barco que faço no continente”, recorda o tripulante do Funbel-NACEX.

Depois de “convencer” o proprietário da embarcação (de Lisboa) a participar na regata que celebra os 600 anos da Madeira, Ruben Borges procurou dar um toque madeirense à tripulação. “Dos 10 tripulantes, recrutei dois velejadores nascidos na ilha”.

Responsável pelos certificados, isto é, pelas classificações em que o resultado final obedece a “fórmula em que nem sempre o primeiro barco a cortar a linha de chegada, vence as regatas”, velejador madeirense, viaja para a Madeira com uma intenção: “Vamos para ganhar o campeonato”, assume.

A Madeira como epicentro da vela no meio do Atlântico

Em paralelo ao Campeonato de Portugal de Cruzeiros, a regata transatlântica Discoveries Race 2019, 31 de julho a 14 de agosto, com partida de Viana do Castelo e chegada às Canárias, com passagens por Cascais e Funchal, integra-se nas comemorações dos 600 anos da descoberta do Porto Santo e da Madeira e pretende ser uma homenagem aos países descobridores e aos territórios descobertos.

As duas regatas realizadas em águas madeirenses reforçam o papel que a Madeira pode ter nos desportos náuticos, conforme assumiu publicamente Sérgio Jesus presidente da ARVM.

Em entrevista à RTP Madeira, e, novembro de 2018, admitiu que as duas edições do Extreme Sailing Series GC32, que entretanto mudou-se para Lagos “permitiu abrir horizontes e alavancar outros projetos”, destacando o facto da Volvo Ocean Race ter passado pelo Porto Santo “devido à passagem da equipa técnica da Extreme para a equipa da VOR” e ao facto de “algumas equipas da Volvo Ocean Race terem adotado Lisboa-Funchal como campo de treinos”, referiu.

Uma prova do circuito nacional da classe J22 e o Festival Náutico 600 Anos encerram o pacote de atividades náuticas integradas na celebração do emblemático marco das Descobertas promovidas por Portugal no século XV.