“É uma equipa que está há muito tempo sem conhecer a derrota, algo que é, sem dúvida, sinónimo de qualidade das suas individualidades e dinâmica coletiva. O Académico de Viseu está a passar por um momento bom e temos de ter cuidado e respeito em jogos a eliminar. É desse modo que vamos, assumindo a responsabilidade de sermos o FC Porto e termos tudo a perder e nada a ganhar”, vincou o técnico, em conferência de imprensa.
Quatro dias depois de terem fechado a primeira volta da I Liga com um triunfo no terreno do Vitória de Guimarães (1-0), da 17.ª jornada, os campeões nacionais vão defrontar os viseenses, que são treinados pelo antigo defesa e capitão portista Jorge Costa e seguem numa série de 20 duelos e mais de quatro meses sem perder em todas as competições.
“É um bocadinho por aí. Não podemos pensar em toda esta teoria, mas teremos de olhar individualmente para o Académico de Viseu e para os seus diferentes comportamentos coletivos em determinados momentos do jogo, dentro dos quais tem pontos fortes e bem trabalhados e certas fragilidades, como sucede em todas as equipas do mundo”, insistiu.
FC Porto e Académico de Viseu deixaram pelo caminho os primodivisionários Gil Vicente (2-0) e Boavista (2-1) nos quartos de final da Taça da Liga, depois de terem dominado os Grupos A e H, respetivamente, com os ‘dragões’ a garantirem a quinta presença na ‘final four’, formato instituído desde 2016/17 e que contará pela primeira vez com os ‘viriatos’.
“Preparámos o jogo e dissecámos o Académico de Viseu como se fosse uma equipa de Liga dos Campeões e com a máxima seriedade. Eles têm o melhor marcador [da II Liga], estão a dois pontos da possibilidade de jogar o [‘play-off’ de] acesso à I Liga e têm feito um trajeto fantástico. Estamos a falar de uma formação que poderia claramente estar a disputar a I Liga e andava do meio para cima [na tabela]”, considerou Sérgio Conceição.
O treinador lembrou que o conjunto de Viseu também afastou Famalicão e Estoril Praia, ambos do escalão principal, na primeira fase da Taça da Liga e marcou sempre golos ao longo das 14 vitórias, seis igualdades e uma derrota consumadas na ‘era’ Jorge Costa.
“É uma equipa com princípios interessantes num ‘4-3-3’ clássico, que pude ver em outros treinadores que passaram pelo FC Porto. Gostam de jogar a partir de trás, têm um meio campo rotativo e com alguma mobilidade, alas bem largos e fortes no um para um e um avançado móvel, neste caso o André Clóvis, que joga muito bem em apoio, mas também faz ataques à profundidade muito interessantes. É uma equipa muito bem trabalhada nos diferentes momentos e interessante nas bolas paradas e em termos ofensivos”, indicou.
Os dois ex-internacionais portugueses formaram-se no FC Porto e coincidiram na equipa principal em duas alturas (1996-1998 e 2003/04), tendo contribuído para a conquista de três campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira, antes do reencontro como companheiros de equipa nos belgas do Standard de Liège (2005/06).
“É verdade que também tem sofrido golos. No seu processo defensivo, os médios tentam encaixar no meio campo adversário, com algumas referências individuais. Os extremos ficam sempre muito altos [no terreno], dando esse momento de pressão ao avançado. A linha defensiva tem quatro elementos e protege-se atrás, com um bloco mais baixo, no qual os alas tentam acompanhar os laterais contrários”, completou, sobre um oponente que receberá os ‘azuis e brancos’ em 08 de fevereiro, nos ‘quartos’ da Taça de Portugal.
O FC Porto, terceiro colocado da I Liga, mede forças com o Académico de Viseu, quinto da II Liga, na quarta-feira, a partir das 19:45, no Estádio Municipal de Leiria, em encontro das meias-finais da Taça da Liga, com arbitragem de Rui Costa, da associação do Porto.
Na sequência das finais perdidas em 2009/10, 2012/13, 2018/19 e 2019/20, os ‘dragões’ procuram arrebatar um inédito título na 16.ª edição da competição mais jovem do futebol profissional luso, cuja ‘final four’ também reúne os primodivisionários Sporting e Arouca.
Comentários