Correrias, empurrões e inclusive a tentativa de invasão de alguns adeptos pelas condutas de ventilação do estádio, segundo vídeos que circularam nas redes sociais, atrasaram o início da partida em cerca de uma hora e 20 minutos.
Tudo isto ocorreu perante o desespero de quem tinha bilhetes para entrar, como era o caso da mãe de Alexis Mac Allister, jogador da seleção argentina que teve de ir a correr para ajudá-la quando já estava a preparar-se para o aquecimento antes do jogo.
"Alexis teve de sair para que pudéssemos entrar porque estava preocupado. Não dava para entrar. Eu pensei que não ia haver jogo porque os jogadores queriam resolver isso", disse em entrevista a mãe do médio argentino, Silvana.
As imagens também mostraram agentes de segurança e da polícia a correr atrás das pessoas que passaram os portões sem bilhetes.
Tais cenas somam-se às que foram vistas na quarta-feira passada no Bank of America Stadium, em Charlotte, na Carolina do Norte, quando, após o encerramento da semifinal entre Colômbia e Uruguai, houve uma escaramuça nas bancadas na qual os próprios jogadores uruguaios acabaram a envolver-se. Eles denunciaram agressões de adeptos colombianos aos seus familiares.
"Os jogadores reagiram como qualquer ser humano", afirmou o técnico da 'Celeste', Marcelo Bielsa. "Se vês que existe um processo para que isso que aconteceu não aconteça, se vês que existe um processo para que se atenue, ou seja, uma válvula de escape, e as duas coisas não acontecem e estão a agredir a tua mulher, a tua mãe, um bebé, a tua irmã, o que fazem? Vão punir os que foram defender?"
Por outro lado, o presidente da Federação Colombiana de Futebol, Ramón Jesurún, de 71 anos, foi detido em Miami após um incidente na final da Copa América sob a acusação de "agressão a polícia/funcionário", segundo um boletim de ocorrência.
Outro dos problemas envolveu a artista colombiana Shakira. No intervalo depois da primeira parte da final, a cantora fez um espetáculo ao estilo do Super Bowl, o que estendeu o tempo de descanso para 25 minutos, dez a mais do que o estipulado pelos regulamentos.
O espetáculo de Shakira gerou polémica porque, dias antes, quatro treinadores, Lionel Scaloni (Argentina), Marcelo Bielsa (Uruguai), Ricardo Gareca (Chile) e Fernando Batista (Venezuela), foram suspensos por uma ronda e multados em 15 mil dólares cada um porque as suas equipas demoraram até dois minutos para saírem dos balneários e voltarem para a segunda parte.
"Quando saímos com 16 minutos, fomos multados", reclamou Batista. "Quando termina a primeira parte não é o momento de começar o cronómetro dos 15 minutos, mas sim quando chegamos ao balneário", defendeu o uruguaio Jorge Fossati, técnico do Peru. Fosatti afirmou que "em vários estádios daqui [Estados Unidos] o balneário fica quase a um quilómetro do centro do campo".
As condições dos relvados de vários estádios onde jogam as equipas da NFL, liga de futebol americano, também geraram polémica desde o primeiro dia.
Depois da classificação da Argentina para a final, Lionel Messi falou de um torneio complicado, em "campos muito maus" e "temperaturas muito difíceis" pelo intenso calor. Por sua vez, o brasileiro Vinícius Júnior queixou-se, sem dar mais detalhes, da "maneira como a Conmebol trata as pessoas".
Scaloni foi o primeiro treinador a criticar abertamente os campos de jogo. "Menos mal que ganhámos, mas não dá para jogar futebol num campo assim", disse o comandante da 'Albiceleste' após a vitória por 2-0 sobre o Canadá no jogo de abertura, no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, estado da Geórgia.
"Há sete meses que sabemos que vamos jogar aqui e mudaram o campo de sintético para relva natural há dois dias", apontou o técnico argentino.
Apenas 24 horas depois, Fossati culpou o campo do AT&T Stadium, em Arlington (Texas), pela lesão do capitão peruano Luis Advíncula no jogo contra o Chile.
Néstor Lorenzo também reclamou do relvado do NRG Stadium, em Houston (Texas), palco do jogo entre Colômbia e Paraguai, e chamou a atenção para o tamanho do campo: "As medidas são bastante estreitas."
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