Foi medalha de bronza em Sochi-2014 e prata no Mundial de 2013, mas Mark McMorris quase teve sua vida interrompida após um grave acidente em março de 2017. Pouco mais de onze meses depois, o canadiano de 24 anos mostrou que ainda tem muito a contribuir para o desporto.
McMorris treinava nas montanhas de Whistler Backcountry, em Vancouver, no Canadá, acompanhado do irmão e de amigos quando sofreu uma queda e foi transportado de urgência para o hospital em risco de vida. Fraturou a mandíbula, o braço esquerdo, a pélvis e várias costelas - 17 ossos, ao todo -, e o baço e pulmão esquerdo colapsaram. Esteve em coma induzido e fez duas cirurgias com sucesso. A recuperação durou cerca de seis meses e voltar à competição ao mais alto nível parecia uma miragem visto da cama do hospital. Tudo acabou bem e setembro de 2017 voltou às pistas apurando-se para os jogos de PyeongChang.
O atleta já considerado "um sobrevivente", título que junta a outros como "Quebra Ossos" ou "Inquebrável", conquistou este domingo a medalha de bronze de slopestyle, terminando a prova com 85,20 pontos, a 0,80 de distância da prata conquistada pelo compatriota Max Parrot. O ouro foi para o norte-americano Redmond Gerard, um "fenómeno adolescente".
"Há quem morresse por ter uma medalha nos Jogos Olímpicos, eu quase morri", disse hoje o medalhado citado pela agência Reuters. “É definitivamente um milagre e eu estou muito grato... por ser capaz de motivar e inspirar os outros - algo que é maior do que qualquer medalha, certo?”, acrescentou.
Mark McMorris partilhou duas fotos no Twitter, uma no hospital e outra no pódio. Na legenda o atleta agradece: "Obrigado, vida". Este é um dos momentos mais partilhados.
O primeiro-ministro do Canadá já elogiou os feitos do atleta, que considera inspiradores. No Twitter, Justin Trudeau enalteceu ainda a coragem e tenacidade de McMorris.
As medalhas podem não ficar por aqui, o atleta disputa ainda um lugar no pódio na disciplina de Big Air a 21 fevereiro.
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