Um golo solitário do grego Mitroglou, o homem do momento, e uma exibição tremenda do guarda-redes Ederson, que defendeu, inclusive, um penálti, colocaram os ‘encarnados’ na corrida pela manutenção do pleno nos ‘oitavos’ de ‘Champions’.

Depois de afastar Liverpool (2005/06) e Zenit (2011/12 e 2015/16), o Benfica está em boa posição para voltar a ultrapassar os ‘oitavos’, sendo que, na estreia e na última presença, também arrancou com 1-0 caseiro, registo que valeu, aliás, passagem em 12 de 13 confrontos europeus.

Se estes números dão esperança aos ‘encarnados’, outros fazem temer o pior, como o único resultado em Dortmund: em 1963/64, a equipa da Luz, que tinha estado nas três anteriores finais da Taça dos Campeões, também chegou em vantagem (2-1), mas acabou goleada de forma expressiva (0-5).

Mais do que o passado, o que preocupará o treinador Rui Vitória será o atual Borussia Dortmund, equipa que, na Luz, dominou o jogo quase por completo e criou oportunidades suficientes para construir um resultado volumoso.

O gabonês Pierre-Emerick Aubameyang foi o ‘espelho’ da exibição dos alemães, pela forma como não conseguiu materializar uma série de ocasiões claras, incluindo uma grande penalidade, detida pelo ‘inultrapassável’ Ederson.

Certo é que, num misto de mérito defensivo do Benfica e demérito ofensivo dos alemães, a vantagem está do lado dos portugueses, até porque as oportunidades de golo da Luz não ‘transitam’ para o Westfalenstadion, agora Signal-Iduna Park.

O avanço dos ‘encarnados’ é curto, mas é alguma coisa e pode crescer exponencialmente no caso de Mitroglou, que leva nove tentos nos últimos sete jogos, continuar na senda goleadora, ele que na Luz só precisou de uma ocasião para faturar.

Caso o grego ou outra jogo ‘encarnado’ marque, o Borussia Dortmund fica obrigado a apontar pelo menos três golos, o que não logrou nas duas últimas receções a equipas lusas: 1-0 ao Sporting, na fase de grupos da presente edição, e 2-0 ao FC Porto, na primeira mão dos ‘oitavos’ da Liga Europa 2015/16.

No reduto de equipas da Alemanha, o Benfica tem 13 derrotas por números que agora a afastavam, mas aproveita oito, incluindo as duas únicas vitória, a primeira (2-0 em Estugarda, em 2010/11) iniciada com um tento de Salvio.

A formação lusa soma ainda dois desaires por 1-0, que levariam a eliminatória para prolongamento, o último bem recente, na época passada, face ao Bayern Munique, vencedor com um tento do chileno Arturo Vidal logo aos dois minutos.

No ‘ensaio’ para a segunda mão dos ‘oitavos’, o Benfica segurou a liderança da I Liga, com um triunfo por 1-0 no reduto do Feirense, selado por Pizzi, enquanto o Dortmund, terceiro na Alemanha, goleou em casa o Bayer Leverkusen por 6-2, mas terá perdido o influente Marco Reus, com mais uma lesão.

O encontro entre o Borussia Dortmund e o Benfica, da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões em futebol, realiza-se quarta-feira, no Signal-Iduna Park, em Dortmund, a partir das 20:45 locais (19:45 em Lisboa).

Uma águia eficaz na 'diferença mínima'

A equipa ‘encarnada’ conseguiu, assim, uma preciosa vantagem, tendo em conta a sua história europeia, já que, após 13 triunfos caseiros por 1-0, apenas foi eliminada uma vez, pelo Anderlecht, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões de 2004/05, ao perder por 3-0 em Bruxelas.

Nas restantes 12 vezes em que arrancou com um 1-0 na Luz, o conjunto da Luz seguiu sempre em frente, duas também nos oitavos de final da Liga dos Campeões, fase da prova ‘milionária’ em que nunca ‘tombou’.

Em 2005/06, e depois de um tento de Luisão em Lisboa, foi a Liverpool, à casa do então detentor do título, vencer por 2-0, com tentos de Simão e Miccoli, e a época passada, ganhou por 2-1 em São Petersburgo, com tentos de Gaitán e Talisca, após o triunfo selado por Jonas.

Na história europeia dos ‘encarnados’, iniciada em 1957/58, todas as outras equipas derrotadas no primeiro jogo em Lisboa por 1-0 acabaram eliminadas, a primeira das quais os gregos do Olympiacos, em 1973/74.

O Benfica ‘tombou’ ainda B 1903 (1977/78), Dniepr (1989/90), Katowice (1993/94), Roda (1995/96), Lokomotiv Moscovo (1996/97), Rosenborg (2003/04), Dinamo de Bucareste (2006/07), Nuremberga (2007/08) e Bordéus (2012/13).

A história diz que os alemães são 'ossos duros de roer'

Caso defenda a vantagem, com uma vitória, um empate ou uma derrota pela margem mínima com golos marcados, o Benfica afasta pela nona vez um conjunto germânico, equilibrando ainda mais (9-10) um duelo em que esteve a perder por 2-6 e 3-8.

Na época transata, o conjunto da Luz poderia ter igualado a contenda (9-9), mas tombou nos quartos de final da Liga dos Campeões face ao Bayern Munique (0-1 fora e 2-2 em casa).

Antes da eliminação face aos bávaros, o Benfica havia superado, consecutivamente, Nuremberga (2007/08), Hertha Berlim (2009/10), Estugarda (2010/11) e Bayer Leverkusen (2012/13), sempre na ‘segunda’ competição da UEFA.

Neste ciclo, destaque para o triunfo por 2-0, selado por Salvio e Cardozo, no reduto do Estugarda, a 24 de fevereiro de 2011, que foi o primeiro de sempre dos ‘encarnados’ em solo alemão, à 20.ª tentativa.

Além deste últimos quatro sucessos, o Benfica já havia afastado Nuremberga (1961/62), Carl Zeiss Jena (74/75), Fortuna Dusseldorf (80/81) e Bayer Leverkusen (93/94).

Quanto às eliminações, quatro das nove foram da responsabilidade do Bayern, que, além do sucesso de 2015/16, eliminou os ‘encarnados’, de forma clara, em 1975/76 (5-1 no conjunto dos dois jogos), 1981/82 (4-1) e 1995/95 (7-2).

O Benfica foi ainda afastado por Borussia Dortmund (1963/64), Lokomotiv Leipzig (66/67), Worwarts (70/71), Dinamo Dresden (76/77), Borussia Mönchengladbach (78/79) e Carl Zeiss Jena (80/81).

O clube da Luz perde em termos de eliminatórias e também de resultados, com 14 triunfos, 14 empates e 17 derrotas, com 51 golos marcados e 66 sofridos.