“Reconhecemos que certos elementos da comunidade da natação experienciaram comportamentos inaceitáveis, alguns dos quais se prolongam há décadas”, reconheceu o organismo federativo, em comunicado.
Maddie Groves, que conquistou duas medalhas de prata no Rio2016 (nos 200 metros mariposa e nas estafetas 4X100 estilos), renunciou há duas semanas à presença na seleção australiana para os próximos Jogos Olímpicos, que decorrem entre 23 de julho e 08 de agosto, na capital japonesa.
“Que isto seja uma lição para todos os pervertidos misóginos do desporto e para aqueles que lambem as botas. Já não podem explorar jovens mulheres e raparigas, envergonhar os seus corpos ou arriscar a sua saúde e depois esperar que elas vos representem para que possam ganhar o vosso prémio anual. Acabou”, escreveu a nadadora de 26 anos nas redes sociais.
Groves não precisou quem seria o alvo, ou alvos, das suas denúncias, mas em novembro de 2020 já se tinha-se queixado, também nas redes sociais, sobre uma “pessoa que trabalha na natação” e que a fazia “sentir desconfortável” pela forma como olhava para ela e para as suas roupas.
Alguns dias mais tarde denunciou um “comentário sinistro” feito por um treinador, que também não identificou, e que mais tarde pediu rapidamente desculpa, “talvez porque o psicólogo da equipa lhe disse para o fazer”.
De acordo com a imprensa australiana, outros antigos seis nadadores apresentaram novas denúncias, incluindo uma de cariz sexual.
A federação garantiu não ter sido formalmente notificada das denúncias, mas disse “compreender a gravidade das mesmas”.
“Investigaremos sempre todas as denúncias com rigor”, rematou o organismo, que já tinha anunciado a abertura de uma investigação independente.
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